Você já definiu seu destino e calculou o orçamento da sua próxima aventura… Mas será que lembrou de todos os gastos? Leia esse e post e descubra alguns custos de viagem “escondidos” que muitos viajantes costumam esquecer na hora de colocar os números no papel.
Já mencionei em outros posts que planejar uma viagem não é das tarefas mais fáceis. Além de fazer reservas, encontrar os melhores preços e decidir o que fazer no seu destino, você também precisa calcular quanto tudo isso vai custar, para saber se realmente pode pagar por isso.
Em um cenário ideal, essa conta é feita antes mesmo de você reservar qualquer serviço. Afinal, não adianta estar no meio do seu planejamento com um hotel reservado, por exemplo, e depois descobrir que você não consegue pagar as passagens.
Calcular um orçamento pode parecer impossível, mas na verdade só exige muita pesquisa. Para te ajudar, já liberei aqui no blog tem um post que explica sobre os principais gastos de uma viagem, com uma planilha grátis que você pode baixar e ir preenchendo de acordo com os valores do seu destino.
Porém, apesar dessa planilha, ainda existem alguns outros custos de viagem que a maioria das pessoas esquece, ou ignora porque acha que não vai ser tanto dinheiro assim. No final, esses gastos podem fazer um estrago no orçamento, e você pode voltar para casa pensando em como vai pagar por tudo isso.
Nesse post, mostrei alguns desses custos de viagem que costumam estar “escondidos”, e mostrei como você pode incluí-los no seu orçamento e até mesmo economizar na maioria deles.
17 Custos de Viagem “escondidos” que você não pode esquecer na hora de calcular seu orçamento!
1. Taxas
1.1 IOF do Cartão de Crédito
Começando por um gasto que muitos não entendem ou não consideram por ser “muito baixo”. Ao usar o cartão de crédito ou o travel money em uma viagem, além de pagar a sua compra, você também paga uma taxa de 6,38% em cima desse valor. Ou seja, se gastar US$100, vai ver uma cobrança adicional de US$6,38 na fatura do cartão.
Pode parecer pouco, mas se você pretende fazer muitas compras, a soma dessas taxas pode ficar salgada. Para um iPhone, por exemplo, que custa em média US$749, a cobrança extra já fica em torno dos US$50, o que na cotação atual é quase R$200!
Para economizar, a solução é usar dinheiro vivo, já que o IOF é de apenas 1,1% e é descontado na hora que você compra a moeda em espécie.
Aqui no blog tem um post falando sobre como levar dinheiro em viagens, mostrando as vantagens e desvantagens de cada método.
1.2 Impostos
Alguns países, como os Estados Unidos e Canadá, não colocam o valor dos impostos no preço dos produtos. Na hora de pagar, no entanto, é cobrado um imposto que varia de acordo com o estado em que você está fazendo a compra.
Em Nova York, por exemplo, o sales tax é de 8.875%, enquanto em Orlando esse valor cai para 6,5%. Isso quer dizer que um Iphone – é o exemplo mais prático! – que custa US$749 na verdade sai por US$815 em NYC e por US$797 na terra da magia.
2. Documentação
Outro gasto que muitas pessoas desconsideram na hora de calcular custos de viagem é documentação.
2.1 Passaporte
Para viagens internacionais, você vai precisar de um passaporte válido. Caso ainda não tenha um, o valor atual é de R$ 257,25, e você pode fazer a requisição online no site da Polícia Federal.
2.2 Identidade
Se seu destino for um dos países do Mercosul, você pode viajar apenas com identidade. Vale lembrar, porém, que mesmo esse documento não tendo uma data de validade, nas fronteiras ele só aceito se tiver menos de 10 anos de emissão. Ou seja, se sua identidade ainda tem sua foto de bebê, pode adicionar o custo de uma nova no seu orçamento. O preço varia de acordo com o estado, mas fica em torno dos R$65 para uma segunda via.
2.3 Vistos
Por último, é preciso pesquisar se seu destino exige um visto para turistas brasileiros. Para os Estados Unidos, por exemplo, é preciso um visto que custa US$160 por pessoa (na cotação atual, mais de R$600). Pesquise também se é preciso obter o visto presencialmente, já que se esse for o caso você pode precisar viajar para conseguir o visto. Morando em Florianópolis, eu já fui tanto a São Paulo quanto ao Rio de Janeiro só para conseguir meu visto para os EUA, por exemplo.
3. Passagens Aéreas
Se seu destino for distante, você vai precisar gastar com passagens aéreas. Além do preço anunciado, porém, existem cobranças que muitas vezes são ignoradas até a hora do check-in. Não é incomum ver viajantes discutindo nos balcões das companhias ou na fila para pagar por taxas “surpresas”.
Algumas delas são:
3.1 Bagagem
Essa é a mais fácil de lembrar, especialmente depois da mudança de regras sobre despacho de bagagem das empresas brasileiras. Atualmente, as tarifas mais básicas para voos nacionais incluem apenas bagagem de mão, e é preciso pagar extra por cada mala despachada. Os valores costumam variar entre R$30 a R$60 antecipado e entre R$60 a R$120 no balcão do aeroporto.
Para voos internacionais, bagagem despachada pode ou não estar incluída. Preste atenção no que inclui sua tarifa e, caso precise pagar para levar mais malas, compre esse serviço antes do check-in, para pagar mais barato.
3.2 Voos low-cost
Esse tópico é extremamente relevante para quem vai viajar para diversos países da Europa. Muitos viajantes vão fazer mochilão e utilizam “companhias aéreas low-cost”, ou seja, que vendem passagens a baixo custo. O problema é que esses bilhetes, que muitas vezes podem custar até mesmo €1 ou €2, não incluem nada além de um lugar no avião.
É preciso pagar para escolher assentos, para levar mala de mão (normalmente só a bolsa que vai embaixo da poltrona da frente faz parte da tarifa), por refeições e até mesmo para imprimir seu bilhete no aeroporto!
Mesmo assim, o custo compensa. Apenas preste atenção em todas as taxas e não tente burlar as regras, já que muitas vezes o custo de uma bagagem extra ou acima do tamanho permitido é até maior que o valor da passagem!
3.3 Milhas e taxas de embarque
Uma maneira de baratear viagens é usando milhas. Aqui no blog eu já fiz um post explicando como elas funcionam e dei 7 dicas para juntar mais (sem precisar pagar nada a mais por isso). Eu já usei essas dicas várias vezes e consegui fazer várias viagens, recomendo muito.
O único cuidado é assumir que a passagem será “de graça” se você for usar milhas. Mesmo que você tenha acumulado o suficiente para pagar integralmente pelo seu bilhete, taxas de embarque não podem ser pagas dessa forma, e dependendo do seu destino elas podem custar entre R$200 ou mais por pessoa.
Na hora da compra, preste atenção no valor dessas taxas e lembre-se de incluí-las no cálculo de quanto vai custar a viagem.
4. Hospedagem
Eu gosto muito de usar plataformas de reserva como o Booking, pois além dos melhores preços ele também costuma detalhar direitinho o que eu estou pagando. Mesmo assim, ao chegar na sua hospedagem, pode ser que você ainda se depare com os seguintes custos de viagem:
4.1 Taxa de resort
Essa taxa tem diversos nomes, e é mais comum em hotéis americanos. Ela é uma cobrança extra, feita no balcão na hora do check-in para cobrir algumas amenidades como piscina ou academia. O pagamento não é opcional, precisa ser feito em dólares e não tem valor fixo. Dependendo do hotel, pode ser apenas US$25 ou chegar até mesmo a US$80 ou US$100.
Variações dessa taxa existem em outros países, mas não é tão comum quanto nos EUA. De qualquer jeito, em plataformas como o Booking, mesmo quando as taxas não estão inclusas no valor da reserva, sempre tem escrito os custos nas observações sobre a propriedade.
Lembre-se de checar esse valor antes de escolher sua acomodação para não ter surpresas quando chegar no seu destino.
4.2 Internet
A maioria dos viajantes pode ignorar algumas cobranças feitas a parte por hotéis sem problemas, como uso da academia, spa ou até mesmo itens do frigobar. Um serviço indispensável, no entanto, que costuma ser bem caro quando não incluído no valor da diária, é o acesso a internet. Já vi custar mais de US$10 por dia de uso, o que considero bem absurdo.
Se você encontrou o hotel perfeito, com ótimo preço porém sem internet, não precisa se desesperar. A solução que eu indico é usar um chip de viagem, que permite que você tenha internet tanto dentro quanto fora do hotel, com conexão rápida suficiente para fazer pesquisas, ligações de vídeos e até mesmo assistir filmes.
Se estiver em família, pode até mesmo comprar apenas um chip e compartilhar a internet usando o acesso pessoal, disponível na maioria dos smartphones.
Aqui nessa página eu já expliquei tudo sobre o chip de viagem, fiz as contas para ver se esse serviço REALMENTE vale a pena e indiquei qual o melhor-custo benefício dessa categoria. Recomendo a leitura!
5. Transporte
Acho que de todos os custos de viagem “escondidos”, a maioria está na categoria de transporte. Grande parte dos viajantes pensa que é “só alugar um carro” ou “só pedir um Uber” e usar esses valores na hora de calcular um orçamento, mas não é bem assim.
5.1 Gorjeta no Uber
Muitas pessoas nem pensam nesse tipo de gasto, já que no Brasil não é comum darmos gorjeta. A diferença é que em algumas culturas, especialmente a americana, o comum é dar gorjeta para todo tipo de serviço, e muitos trabalhadores tiram a maior parte do seu salário dessa contribuição.
É esperado que você dê gorjeta para qualquer tipo de transporte particular, tanto táxi quanto Uber ou carros de outros aplicativos. Eu sei que muitos viajantes vem esse tipo de gesto como “opcional”, mas realmente não deveria ser. Vou falar mais sobre na parte de alimentação, mas o comum é entre 15 a 20% quando o serviço for bom.
Lembrando também que no exterior não existe a opção de pagar em dinheiro no Uber, apenas no cartão. Lembre de incluir o IOF das corridas nos gastos!
5.2 Estacionamento
Dá para economizar muito no aluguel do carro, especialmente se você reserva através de empresas como a Rentcars, que tem os melhores preços para as locadoras mais populares do mundo. O melhor é que você ainda consegue pagar parcelado e em reais, ou seja, não precisa se preocupar com IOF.
O que não dá para economizar, infelizmente, é no valor do estacionamento. Muitos hotéis e atrações cobram por dia para utilizar a garagem.
Nos parques da Disney, por exemplo, o preço por dia para estacionar é de mais de US$22. Se o valor do seu aluguel for de US$50 por dia, ele já ficou 50% mais caro.
Se for alugar um carro, dê preferência por hotéis que não cobrem pelo estacionamento, e procure lugares alternativos para parar perto das atrações mais famosas. Muitas vezes o parquímetro é bem mais barato.
5.3 Pedágio
No exterior grande parte dos pedágios não possui cobrador, o pagamento é feito automaticamente através de dispositivos equivalentes ao “sem parar”, ou você apenas insere o cartão, notas ou moedas diretamente na máquina.
Dessa forma, você precisa considerar os valores dos pedágios e, dependendo do destino, do aluguel do aparelho de pagamento automático. Essas cobranças podem acabar sendo um valor considerável, especialmente se você for fazer uma roadtrip passando por várias cidades.
(Não encontrei um site para calcular o valor dos pedágios no mundo inteiro, por isso sugiro buscar por sites que mostram os valores específicos do seu destino.)
5.4 Gasolina
Esse é um gasto que eu – que dirijo e abasteço o carro da minha família com frequência – esqueci completamente de levar em consideração em algumas das minhas viagens.
Use o Google Maps para calcular quantos quilômetros você deve dirigir durante a sua aventura e faça uma pesquisa sobre o preço da gasolina para ter ideia de quanto irá gastar.
6. Alimentação
Como nem todos os restaurantes mostram seu cardápio online, e como pode ser que você não vá escolher onde vai comer com antecedência, é difícil calcular exatamente quais serão os custos de viagem referentes a alimentação. Mesmo assim, quando for fazer uma média de gastos, não esqueça dos seguintes itens:
6.1 Gorjeta
Novamente falando de gorjeta, que é ainda mais importante no quesito alimentação. A maioria dos restaurantes americanos, por exemplo, deixa um espaço na conta para você incluir quanto vai dar de gorjeta, já com valores calculados de 10%, 15% e 20% para facilitar. Eles fazem isso pois esse é o costume do país, e a maioria dos trabalhadores ganha menos que o salário mínimo pois também recebe essa gratificação.
Não deixe de dar gorjeta em um país onde isso é comum apenas porque “no Brasil não fazemos isso”. Você não está em casa, e é preciso seguir as regras do seu destino, além de não ser justo com quem te atendeu e que precisa desse dinheiro.
6.2 Lanches
Como qualquer pessoa que está tentando economizar no dia a dia sabe, um lanche por dia já faz uma grande diferença no orçamento. E em viagens, onde você provavelmente vai andar bastante e gastar muita energia, é normal consumir dois ou até mesmo três lanches no dia entre as principais refeições. Não deixe de incluir esse custo no seu orçamento!
Se quiser economizar, pode passar no mercado e procurar por barrinhas de cereal, chocolates ou frutas para esses momentos. Eu sempre passo no Walmart quando estou nos Estados Unidos e dificilmente compro algo na rua, já que é bem mais caro.
7. Acidentes
É claro que você não tem como incluir um valor exato para acidentes no seu orçamento. Afinal, você não sabe nem se alguma coisa vai acontecer, muito menos o que.
O que você pode fazer, no entanto, é usar uma parte do seu dinheiro para estar preparado no caso de qualquer emergência.
Nos Estados Unidos, por exemplo, qualquer visita a uma clínica de pronto-atendimento pode custar entre US$300 a US$600, dependendo do motivo da sua ida até lá. Se precisar ser internado os valores já estão na casa dos milhares, e cirurgias podem chegar a centenas de milhares de dólares.
Como fazer para não pagar esses valores exorbitantes no caso de algum imprevisto? Contratando um seguro viagem. Esse serviço, que é obrigatório em muitos países da Europa, custa barato e te dá cobertura no caso de emergências médicas ou até mesmo outros problemas como cancelamento de voo ou perda de bagagem.
Nessa página eu já expliquei tudo sobre o seguro viagem, porque ele é tão importante, como é fácil acionar e mostrei quais são as opções com melhor custo-benefício do mercado. Não deixe de dar uma lida para economizar ao máximo!
E aí estão, 17 custos de viagem que muitos viajantes esquecem na hora de calcular um orçamento!
A maioria dos exemplos que usei ao longo do texto foram sobre os Estados Unidos, mas vale lembrar que esses custos podem acontecer em uma viagem para qualquer lugar, até mesmo dentro do Brasil!
E você, já tinha pensado em todos eles? Já foi surpreendido na sua viagem por um desses itens? Me conta nos comentários!
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Alguns links nesse post são afiliados.
Nunca paguei estacionamento nos parques da Disney.
Se você se hospeda nos hotéis da Disney não precisa pagar o estacionamento dos parques 🙂