Quando eu decidi o meu primeiro destino de intercâmbio estava no 1º ano do ensino médio. Eu descobri que brasileiros poderiam trabalhar na Disney e coloquei na cabeça que era isso que eu queria fazer.
Eu nunca pesquisei outros programas, ignorei esse negócio de High School em outros países e esperei pacientemente pelo ano que eu estaria na faculdade e poderia me candidatar para trabalhar para o Mickey.
Nesse meio tempo, eu aprendi inglês um pouco que sem querer, vendo seriados, filmes e lendo muito na internet sobre maquiagem. Nunca passou pela minha cabeça que eu não conseguiria o meu intercâmbio porque o meu inglês não era bom o suficiente.
Até que chegou o ano de tentar e, mesmo tendo entrado no cursinho só para poder praticar para a prova, eu falei muito mal na entrevista. Hoje eu vejo que foi a melhor coisa não ter passado naquele ano, mas quando eu recebi a notícia só sabia pensar que tinha sido esse o motivo e que eu precisava melhorar para o ano que vem.
Então eu resolvi fazer um intercâmbio em outro país para estudar inglês, porque não sentia que o cursinho ia me ajudar a evoluir muito mais. Minha pesquisa? Foi perguntar para mim mesma “Qual país que vai ser verão para eu aproveitar a praia?” e foi aí que eu decidi ir para a Austrália.
E, apesar de ter sido uma das melhores experiências da minha vida, hoje eu vejo que eu devia ter pesquisado um pouco mais antes de tomar uma decisão tão importante. Eu acabei indo para um país com um sotaque muito forte e fiquei uma área cheia de brasileiros, o que dificultou um pouco o meu aprendizado.
Se você está em dúvida de para onde ir, ou não sabe nem por onde começar a escolher, dê uma lida nessas dicas:
Como escolher o destino de intercâmbio perfeito
1. Defina o seu objetivo
Por ser uma viagem mais duradoura, um intercâmbio é ideal para aprender um novo idioma, fazer um curso ou até um estágio dentro da sua área profissional. Se você quer apenas viajar, talvez seja uma boa ideia considerar um mochilão ou Contiki/Topdeck.
Escolher um objetivo vai te ajudar a diminuir a lista de países possíveis. Se você quer aprender inglês, não faz sentido ir para um país que não fale essa língua. Se quer trabalhar na sua área, precisa encontrar os lugares onde ela é forte e tem maiores chances de emprego para estrangeiros. A lógica é bem simples.
Não exclua países menos tradicionais antes de pesquisar mais a fundo sobre eles. Muitos amigos meus tiveram suas melhores experiências em lugares que eu nunca tinha visto alguém fazer intercâmbio, como a Bélgica!
Trabalho voluntário é outro intercâmbio interessante, onde você pode dedicar o seu tempo a ajudar pessoas, animais ou até a natureza. Eles costumam ter um tempo de duração de dois meses para mais, e em geral são mais baratos do que estudar. O que me leva ao próximo ponto…
A Josiane, do blog Uma Turista nas Nuvens, tem um post ótimo com 10 dicas para aprimorar o inglês durante um intercâmbio.
2. Saiba seu orçamento
Assim como existem cidades brasileiras mais baratas ou caras para se morar, o mesmo acontece com os outros lugares do mundo. Escolher como destino de intercâmbio Londres, onde a moeda é a Libra, tem um preço bem diferente de ir para Malta ou para o Canadá.
Dentro dos países que você tem em mente, eu recomendo pesquisar quanto custa:
- Cursos (se você for fazer um);
- Passagens Aéreas
- Visto;
- Seguro Viagem;
- Hospedagem;
- Alimentação;
- Entretenimento;
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Não adianta você juntar todas as moedas no Brasil para pagar aquele curso de inglês sensacional nos Estados Unidos, se você não vai conseguir arcar com o visto e a acomodação. Descubra de quanto você vai dispor e já risque aqueles países onde o intercâmbio não cabe no seu orçamento. A exceção é:
3. Verifique a possibilidade de trabalhar
Existem países que permitem que brasileiros trabalhem enquanto estão visitando com um visto de estudos. Os mais conhecidos, e que dão essa possibilidade até para os estudantes de cursos de idiomas, são a Austrália, Irlanda e Nova Zelândia.
São ótimas opções como destino de intercâmbio mais longo, já que é mais difícil juntar todo o dinheiro no Brasil para se manter ou pagar o curso.
Quem tem como objetivo trabalhar na sua área durante a viagem não pode esquecer de verificar quais países oferecem essa possibilidade legalmente.
Se optar por esse caminho, lembre que você vai precisar de uma reserva de dinheiro para as primeiras semanas, quando provavelmente estará desempregado.
Outra opção, caso seu principal objetivo seja trabalhar enquanto viaja, é trabalhar em navios de cruzeiro. Dá para juntar um bom dinheiro, e existe a possibilidade de descer nos portos onde as embarcações param para conhecer os lugares. O blog That Good Trip tem um post super completo sobre tabalhar em navio de cruzeiro caso você tenha interesse nesse tipo de trabalho.
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4. Conheça o seu perfil e o dos outros países
E, talvez o mais importante: se conheça! Se você for uma pessoa sociável, que adora sair toda a noite para lugares diferentes e não gosta de mesmice, dificilmente vai ficar satisfeito morando um ano em uma cidade de 3 mil habitantes.
Faça uma busca extensiva sobre todos os lugares que sobraram na sua lista e descubra aqueles que se encaixam na sua visão de intercâmbio. Se informe sobre as temperaturas na época que você vai estar por lá, costumes, tradições, hospitalidade dos habitantes, como os estrangeiros são tratados, os principais meios de transporte, o que tem para fazer…
Não acho que você deva descartar um lugar só porque um detalhe ou outro te desagrada, afinal se adaptar a novas culturas faz parte da experiência. Mas, se você não simpatiza em nada com a vida do local, talvez ela não seja para você.
Lembre que esse tipo de viagem é um investimento, então escolha um lugar onde você possa alcançar os seus objetivos e ser feliz!
A Débora, do blog Foco no Mundo, tem um post bem legal onde ela fala sobre intercâmbio em vários países, com experiências de quem já estudou por lá.
E quer ainda uma dica final?
Dificilmente existirá O lugar perfeito. Destino de intercâmbio é isso mesmo, você pode planejar, pesquisar, achar que sabe tudo e ainda assim se surpreender (ou se decepcionar). Tenha a mente aberta e saiba que essa é uma experiência única, onde você tem a chance de conhecer novas culturas, novas pessoas e a si mesmo.
E pode ter certeza que não vai ser como você espera. Vai ser melhor.
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