Se você faz parte da minha lista de e-mails, provavelmente já sabe que a viagem que fiz para Santiago do Chile foi um uma experiência diferente do que estou acostumada.
Inúmeros fatores contribuíram para isso, mas um dos mais importantes foi que eu não montei um roteiro para os meus dias na cidade. Para ser sincera, pesquisei apenas o que fazer no primeiro dia, como onde trocar dinheiro ou almoçar barato, e nada mais.
Cheguei com baixas expectativas, e fui surpreendida por uma metrópole vibrante, ensolarada e com inúmeras atrações interessantes. Mesmo aquelas que eram visivelmente voltadas para turistas, com o mirante dentro do shopping ou os “restaurantes tradicionais”, me conquistaram.
Passei mais tempo do que o recomendado na cidade, e tive tempo até de repetir os meus passeios favoritos.
Gostei muito de viajar sem roteiro, mas acho que esse plano só é ideal para quem vai se hospedar em um local por vários dias, e assim ter tempo de descobrir tudo com calma. Em uma viagem mais curta, considero essencial fazer uma pesquisa prévia para garantir que você vai visitar pelo menos os pontos turísticos “imperdíveis“. Uma das coisas que eu mais detesto é voltar para casa e só então descobrir um lugar super legal no meu destino, hehe.
Para que você não passe por isso, escrevi esse post com dicas sobre o que fazer em Santiago do Chile. Inclui os meus passeios favoritos, e no final ainda dei dicas de alguns outros que você também pode gostar.
Onde se hospedar em Santiago
O melhor bairro para se hospedar em Santiago é Providencia. É nessa região que ficam várias das atrações que vou citar nesse post, e sua localização também faz com que seja possível ir a pé para lugares, como o centro histórico. Existem ainda várias estações de metrô na área, o que facilita o seu deslocamento pela cidade.
Eu fiquei hospedada no Rado Boutique Hostel, um hostel do lado do Patio Bellavista. A estrutra era super moderna, e os quartos tinham banheiros privativos, além de tomadas e lâmpadas individuais para cada cama. O terraço tem uma vista incrível e é um ótimo lugar para fazer happy hour e conhecer outros viajantes. O preço de uma cama em um quarto feminino saiu, na época, em torno de R$70 por dia. Aqui no blog tem uma review completa do hostel.
Outras opções legais são:
- Quiral Hotel Boutique: Com wifi gratuito, TV de tela plana e ar-condicionado nos quartos, a propriedade também serve café da manhã e tem um ótimo terraço. Fica perto do metrô e os preços começam em R$400. Nota no Booking: 9,2.
- Hotel Boutique Orly: Todos os quartos possuem televisão, frigobar e ar-condicionado. O café da manhã é servido no jardim de inverno, e existe um restaurante no local que serve pratos de culinária nacional e internacional. A diária no quarto mais simples fica em torno de R$500. Nota no Booking: 9,0.
- Solace Santiago: Hotel cinco estrelas, pertinho do Cerro San Cristóbal. Existe um restaurante no local, assim como piscina ao ar-livre, academia e recepção 24 horas. Wifi e café da manhã estão incluídos nas diárias, que começam em aproximadamente R$750. Nota no Booking: 9,2.
O que fazer em Santiago do Chile – Melhores Passeios
Centro histórico
Confesso que eu não sou muito chegada a centros históricos – especialmente aqueles que os principais atrativos são igrejas – mas o de Santiago me encantou com sua história e prédios que são verdadeiras obras de arte da arquitetura.
O ponto principal é a Plaza de Armas, onde fica a Catedral Metropolitana. A partir desse local, é possível chegar a pé em outros marcos como o Palacio La Moneda, o Teatro Municipal e o Antiguo Congreso. Uma sugestão é andar pela Paseo Ahumada, rua super charmosa com diversas lojas e restaurantes.
Se precisar trocar dinheiro, o centro histórico também costuma ter a melhor cotação, especialmente na quadra da Rua Agustinas com a Paseo Ahumada.
Outra dica para quem quiser saber a história por trás dos prédios e museus é fazer um walking tour grátis. Existem vários oferecidos pela cidade, e a maioria deles inicia seu percurso na Plaza de Armas.
Mercado Central & Mercado de Abastos
Próximo ao centro histórico também fica o Mercado Central, típico mercado municipal com restaurantes, souvenirs e preços exorbitantes para turistas. Achei o local pequeno e só recomendo para quem for comer mesmo, pois oferece inúmeros pratos típicos como o caranguejo gigante.
Quis mencioná-lo no post pois, além de ser um dos principais pontos turísticos da cidade, logo ao lado fica o Emporio Zunino, casa de empanadas tradicional da região e com preço super amigável – de Pino (carne, cebola, azeitona e ovo) por 1000 pesos e de queijo por 1200 pesos. Recomendo caso você queira fazer apenas um lanche em vez de uma refeição nos restaurantes do mercado.
Para quem está ficando em Airbnb, hostel ou qualquer outro lugar com cozinha, também sugiro o passeio no Mercado de Abastos, no outro lado da rua. Queijos, carnes e frutas com preços bem melhores que nos supermercados (compramos morango por kilo!). Por lá também são vendidos alguns pratos famosos da culinária chilena, como Pastel de Choclo.
Para os meus leitores, eu sempre recomendo comprar um seguro viagem! É a maneira mais barata de estar protegido em qualquer emergência no exterior, seja ela médica, atraso e cancelamento de voos ou até extravio de bagagem.
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Se você não tem certeza sobre como um seguro viagem funciona, ou não sabe como escolher o ideal, tem um post no blog explicando em detalhes o assunto, e contando como foi a minha experiência ao usar algumas das seguradoras mais populares!
Sky Costanera
Mirante mais alto de toda a América Latina, o Sky Costanera permite que você veja Santiago do Chile de uma nova perspectiva.
Vou ser bem sincera e dizer que é igual a todos os outros mirantes que fui, como o Sydney Tower Eye ou a CN Tower em Toronto. Você pega um elevador até um andar super alto do shopping, e as paredes de vidro te proporcionam uma visão de 360º da cidade.
O que realmente diferencia o Sky Costanera é justamente isso: a vista da cidade. Além de ser deslumbrante por suas inúmeras áreas verdes como Centro San Cristóbal, o mirante também é um ponto de vista privilegiado para observar a Cordilheira dos Andes.
Tente fazer sua visita próximo ao pôr do sol, pois os tons de laranja deixam o cenário ainda mais espetacular.
Funciona das dez da manhã até às dez da noite, e a última subida é às nove. O preço do ingresso é de 15 mil pesos por adulto.
Próximo ao Sky Costanera também existe um restaurante giratório super legal! O preço costuma ser salgado, mas o pessoal do Vamos por Aí já mostrou como comer no restaurante giratório de Santiago sem gastar muito!
Cerro San Cristóbal
Outra alternativa para ver a cidade do alto, dessa vez pagando pouco ou até nada, é o Cerro San Cristóbal.
Parte do Parque Metropolitano de Santiago, a maneira mais fácil de chegar ao topo é utilizando o funicular, uma espécie de carrinho que se desloca por trilhos. O custo por pessoa para ida e volta é de aproximadamente quatro mil pesos, e ainda para no ponto do zoológico (o qual não visitei pois não gosto desse tipo de atração). A estação fica na entrada da Rua Pío Nono, próximo ao Patio Bellavista.
Também é possível subir a pé, mas pelo que pesquisei a caminhada leva em torno de duas horas, e as trilhas não tem muita estrutura.
Lá em cima a vista é de tirar o fôlego, e também é onde está localizado o Santuário da Imaculada Conceição.
Quem quiser voltar por um caminho diferente, pode pegar o teleférico e descer na estação Oasis, próxima ao Jardim Japonês. O próprio Parque Metropolitano oferece inúmeras outras atrações além do cerro, como piscinas, áreas de piquenique e até um centro de educação ambiental.
Cerro Santa Lucía e Centro Artesanal
Próximo ao centro da cidade, o Cerro Santa Lucía é outra opção para quem quer observar a paisagem local por outro ângulo.
Inicialmente transformado em um forte e cemitério para o exército espanhol, ainda é possível ver influências dessa época nas construções dentro do parque. Além disso, há uma tradição de disparar um dos canhões que lá existem todos os dias, ao meio-dia. Não se assuste se estiver passando pela região e ouvir um estrondo nesse horário.
O parque tem uma atmosfera bem tranquila, e vi muitos nativos almoçando nos banquinhos ou até sentados na grama. Lá, além do mirante, também se encontra o Castillo Hidalgo, antiga fortaleza que hoje serve como casa de festas, e o Fuerte Neptuno.
Saindo pela avenida Libertador Bernardo O’Higgins, ao atravessar a rua, existe o Centro Artesanal Santa Lucía, que vende roupas, sapatos, souvenirs e outros artigos feitos a mão. Mesmo sendo turístico, achei os preços acessíveis e com muita variedade, especialmente de peças de couro e lã.
Se você quiser comprar peças para neve, no entanto, recomendo ler esse post do blog Diário de Turista sobre onde comprar roupas baratas em Santiago.
Lastarria
Misturando o melhor da cultura e gastronomia local, Lastarria é ideal para quem gosta de bons restaurantes, museus e feirinhas de rua.
Fiquei surpresa quando visitei o bairro pela primeira vez pois, mesmo próximo ao centro, a atmosfera é completamente diferente. Arrisco a dizer que as ruas da região lembram às de pequenas cidades européias.
Para conhecer o melhor que Lastarria tem a oferecer a dica é visitar o Centro Cultural Gabriela Mistral e o Museo Nacional de Bellas Artes, o mais famoso do Chile. Também gostei muito de explorar algumas galerias e lojas de produção independente. Entrei na Ulises Librería para pedir informações e fiquei encantada com a coleção de livros ali exposta.
Para comer o restaurante Casa Lastarria é bem recomendado, mas onde vi fila mesmo foi no José Ramón 277: Chopería & Sanguchería, cervejaria com sanduíches e outros petiscos. Para sobremesa indico a sorveteria Emporio La Rosa, considerada a melhor da cidade.
Museu da Memória e dos Direitos Humanos
Não sou a melhor companhia em museus: entendo pouquíssimo de arte e depois de um tempo fico tão cansada que não consigo mais distinguir os quadros e seus autores. O Museu da Memória e dos Direitos Humanos, no entanto, não tenta retratar beleza através de telas, e sim contar a história da ditadura militar do Chile.
Não foi uma atração que me interessou quando pesquisei por o que fazer em Santiago, mas felizmente os amigos que fiz no hostel me convenceram a dar uma chance. Posso afirmar que foi um dos museus mais interessantes que já fui, e os acontecimentos são mostrados de uma forma que é impossível não se emocionar.
Composta por vídeos, documentos, imagens e entrevistas, a mostra é super interativa e leva o visitante em uma jornada dolorosa, mas necessária para compreender as atrocidades que aconteceram durante esse período da história chilena.
A entrada é grátis e funciona até nos feriados.
Rua Pío Nono e Patio Bellavista
No bairro Bellavista fica a famosa rua Pío Nono, praticamente uma atração turística por si só. Nela estão concentrados inúmeros bares, baladas e restaurantes, ideal para quem curte a vida noturna e quer conhecer alguns dos lugares frequentados pelos locais.
Os preços são dentro do padrão para Santiago, e enquanto você está decidindo onde vai se divertir pode ter certeza que vão te abordar oferecendo descontos e até drinks grátis. Não se assuste se todos os estabelecimentos parecerem vazios, pois a noite começa um pouco mais tarde do que no Brasil.
Também é na Pío Nono que fica o Patio Bellavista, uma concentração um pouco mais elegante de restaurantes e lojas (o que é refletido nos valores). Uma ótima escolha para quem procura algo mais romântico e tranquilo na região. Se precisar trocar dinheiro e não for até o centro, lá também existe uma casa de câmbio, porém os valores são piores que na rua Agustinas.
O Rado Boutique Hostel fica do lado do Patio Bellavista. É uma hospedagem excelente, com ótimo custo-benefício e super bem localizada.
Cajón del Maipo e Embalse el Yeso
Na hora de montar o seu roteiro, é importante procurar não apenas por o que fazer em Santiago, mas também por passeios nos arredores. O passeio para Cajón del Maipo e a represa Embalse el Yeso é um dos mais populares bate e voltas para fazer a partir da cidade atualmente. É fácil entender o porquê apenas olhando para as fotos do local.
Os tours costumam sair de manhã cedo e passar a manhã na represa, enquanto os destinos da tarde podem ser as termas ou outros pontos do próprio Cajón del Maipo. No meu caso, como queria gastar pouco, escolhi visitar apenas Embalse el Yeso e achei excelente, o cenário é deslumbrante!
Recomendo fechar com uma agência em vez de tentar fazer por conta própria, pois a estrada é complicada e até se locomover por lá é difícil. Vi inúmeros motoristas trancando a passagem sem querer e estacionando em locais inconvenientes.
Não anotei muitos detalhes do meu passeio como agência e preço (era uma viagem de férias, vai), mas a Débora do blog Foco no Mundo tem um post bem completo sobre a visita dela ao Cajón del Maipo. Recomendo a leitura!
Outros passeios interessantes são o bate e volta para Valparaíso e Viña del Mar, e visitar alguma vinícola. No último caso existem várias opções, desde as mais voltadas para turistas até aquelas mais intimistas. O pessoal do Ligado em Viagem tem um post contando como foi a experiência de fazer um tour privado na Vinícola Santa Carolina.
Tem mais tempo no país? Então a minha sugestão é que você vá conhecer o Atacama, um dos desertos mais famosos do mundo! O blog Viagem em Detalhes tem um post com os melhores passeios do deserto do Atacama para você planejar essa parte da viagem (as fotos são incríveis!).
Tem outras sugestões sobre o que fazer em Santiago do Chile? Conhece algum lugar especial na cidade? Me conta nos comentários! 🙂
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