Sentada em uma van às 5 da manhã, no escuro, apenas eu e minha amiga, com um motorista que não falava inglês.
Torcendo para chegar em um píer desconhecido, para fazer um passeio que compramos em uma agência que a cobrança saía como “tatuagem” na fatura do cartão.
Nesse momento tudo que eu conseguia pensar era “por que a gente se meteu nessa?”.
E foi assim que começou a minha aventura para chegar em Maya Bay na Tailândia.
Maaaaas, apesar do começo ter sido um pouco assustador, posso afirmar que foi um dos melhores dias de toda a minha viagem, e conseguimos tirar fotos sem ninguém por perto.
Comprando o Tour
É difícil coordenar o roteiro quando as pessoas envolvidas moram em estados diferentes, trabalham em horários diferentes e não sabem direito o que querem fazer. Com exceção da visita ao santuário de elefantes, eu e a Amanda resolvemos comprar todos os outros passeios quando estivéssemos lá na Tailândia mesmo.
Havíamos lido que era comum negociar preços e que muitas vezes, na baixa temporada, é possível conseguir valores bem mais baixos para os tours, especialmente se a previsão for chuva.
Consultamos primeiramente o nosso hotel, Novotel Karon, mas, como o esperado, os preços lá eram caríssimos. Seguimos pela região procurando alguma agência que pudesse atender às nossas expectativas: chegar cedo em Maya Bay sem um preço exorbitante.
Nos deparamos com a Nice N’ Easy Travel & Tour, que nos chamou atenção pelas suas paredes: cobertas, do chão ao teto, por folhas escritas por clientes anteriores, em várias línguas. Confiantes com a quantidade de clientes e pelas suas avaliações, resolvemos tentar fechar nosso tour por ali.
E foi aí que vimos que, talvez, deixar para comprar o passeio na véspera podia não ter sido a melhor opção: os tours que saíam cedo estavam, na sua maioria, lotados.
Conseguimos duas vagas no Sunrise Phi Phi, que tinha como principal atrativo chegar em Maya Bay antes de todos os outros turistas. Conseguimos um desconto com as funcionárias e pagamos, deixando combinado que uma van iria nos pegar no nosso hotel as 5 da manhã do dia seguinte.
Também é possível reservar com antecedência e garantir um lugar através do TripAdvisor.
The Beach Seas Tour
Ok, confesso, até a hora de entrar na van, eu não tinha parado para pensar na real situação: estávamos sozinhas, no escuro, com um motorista que sabia poucas palavras em inglês, indo para um píer que não sabíamos onde ficava e com uma empresa que não sabíamos nada sobre.
Nem uma pesquisa prévia no TripAdvisor fizemos (minha mãe provavelmente vai vir brigar comigo antes de continuar a leitura).
Com sinceridade? Não façam isso. Eu considerei desistir do passeio e teria perdido uma aventura incrível, não fosse a coragem da minha companhia de viagem. Pesquisem sempre antes de fechar uma excursão, nem que seja no app do TripAdvisor dentro da agência.
Mas entramos no carro e fomos. Poucos minutos depois paramos em outro hotel e um outro grupo de brasileiros entrou, me deixando mais tranquila. Pegamos alguns outros grupos pelo caminho e chegamos a Royal Phuket Marina.
E aí foi esclarecido: o nosso tour era operado pela The Beach Seas Tour, que possui um espaço próprio dentro da marina. Nessa hora eu parei de duvidar da seriedade da empresa, já que o lugar era organizado, com vários guias, equipamento de mergulho, diversos funcionários e um ambiente bem aconchegante. Até uma parte funcionando como loja, com toalhas, protetor solar e capinhas a prova d’água tinha!
Visivelmente não era algo improvisado.
Fomos prontamente apresentados ao nosso guia, que nos deu uma pulseirinha vermelha para usar o tempo todo, indicando que pertenciamos ao grupo dele. Com a chegada de todos, quase 30 pessoas, fomos informados das normas de segurança e algumas outras informações, como a situação de lanches dentro do barco, como tomar cuidado para o celular não cair na água, esse tipo de coisa.
Como faríamos duas paradas para snorkeling e todo o equipamento seria fornecido pela própria empresa, fomos convidados a experimentar os pés de pato para ver qual tamanho seria o ideal.
Com os preparativos finais sendo feitos, foi oferecido um café da manhã a todos, com café, sucos, pães, queijos e bolachas. Para evitar enjôos durante o passeio, também tinha um pote com comprimidos de Dramin. A sugestão era que quem precisasse tomasse antes mesmo de entrar no barco.
Dica: leve seu próprio remédio, já que fórmulas podem ser diferentes. Eu fiquei com medo de ser do tipo que dá sono, mas não senti esse efeito em nenhum momento.
Visitando Maya Bay com o Sunrise Phi Phi Tour
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Como já mencionei, nosso principal objetivo era chegar antes de todo mundo em Maya Bay. Logo, escolhemos um tour no qual essa seria a primeira parada. Como saímos de Phuket, o caminho levou em torno de uma hora.
Apesar da parte “sunrise” no nome dar a entender que iríamos ver o nascer do sol em alguma praia, esse momento aconteceu enquanto ainda estávamos no barco. A Amanda achou um pouco decepcionante, mas admito que não liguei muito. Estava feliz só por ser um dia de sol, uma sorte já que estávamos na temporada de chuva.
A promessa mais importante, porém, foi cumprida: chegamos em Maya Bay quando ela estava praticamente vazia. Nosso guia nos levou até a lagoa para ter certeza de que ninguém deixaria de explorar essa parte, e logo em seguida nos liberou para fazermos o que quiséssemos.
Conseguimos tirar várias fotos mas, o mais importante: conseguimos alguns momentos de paz em um dos lugares mais incríveis que eu já visitei. Se você tem dúvidas se vale a pena pagar caro (quando falamos em valores dentro da Tailândia) para ver “só mais um ponto turístico”, pode ter certeza: VALE!
Mas faço coro com todos os outros blogs que li enquanto me planejava: chegue cedo. A praia é bem pequena e digna de um “expectativa x realidade” de viagem depois que todo mundo chega, com 30 pessoas no fundo de cada uma das suas fotos.
Ficamos pouco mais de uma hora por lá, tempo suficiente para aproveitar. Seguimos rumo a uma espécie de lagoa, que na verdade era uma parte um pouco mais fechada do oceano, com o mar completamente parado. Pulamos todos do barco para nos refrescar mais um pouco, já que o calor da época não deu trégua por um segundo. A água era cristalina e rodeada de “limestone mountains”.
Passamos então em frente a Viking Cave, com seus barcos naufragados, e entramos na Pileh Lagoon, a primeira parada para snorkeling. Recebemos as máscaras para mergulho e o respirador, e passamos a próxima hora observando a vida marinha. Para os que não sabem nadar, é possível entrar na água com o colete salva-vidas ou um macarrão de espuma.
Apesar de não tão colorido quanto a Grande Barreira de Corais na Austrália, a quantidade diferente de peixes era bem impressionante. Me arrependi de não ter levado a minha Xiaomi (como se fosse uma Go Pro chinesa) para um mergulho. Encontramos todos os “amigos do Nemo”, mas não o próprio peixe palhaço.
De volta ao speedboat, rumamos à Monkey Island, famosa pelos seus macacos. Não tivemos oportunidade de pisar na ilha, já que nossos guias acham perigoso devido a diversos turistas terem sido mordidos em outras ocasiões. Até onde isso é verdade não sei dizer, pois vi vários posts e conheço pessoas que passearam por lá sem problemas. Well, better safe than sorry, e chegamos bem perto para tirar algumas fotos.
Quase onze e meia da manhã, nosso próximo stop foi o almoço. Servido em um restaurante na beira da praia, a comida estava incluída porém as bebidas não. No entanto, nosso barco tinha refrigerantes e água a vontade para os passageiros, e fomos aconselhados a levar de lá para não pagar nada.
A comida estava deliciosa, bem temperada, típica dos pratos tailandeses, e com muita variedade, já que era um buffet. Existiam opções vegetarianas mas não veganas, e os adeptos desse estilo de vida ganharam um prato exclusivo vindo da cozinha.
Com quase uma hora sobrando ao final da refeição, aproveitamos as cadeiras que ficavam de frente para o mar para descansar na sombra. Ok, eu e a Amanda fomos para a água tirar algumas fotos, já que o tom de azul era um espetáculo. Mas quem poderia nos culpar? rs
Descansados e alimentados, seguimos em direção à Bamboo Island, outra das paradas populares nos passeios entre as ilhas Phi Phi. Antes de chegarmos a areia, contudo, paramos um pouco mais afastados para uma segunda hora de snorkeling. Dessa vez, encontramos o Nemo, junto com outros cardumes que pareciam infinitos de tantos peixes.
Parada final, a praia de Bamboo, um dos lugares mais impressionantes do tour. Eu sei que já comentei sobre o tom da água várias vezes nesse texto, mas eu sentia que alguém tinha tirado um anúncio photoshopado de uma revista de viagens e colocado na minha frente. Era difícil acreditar que esse lugar realmente existia, mesmo estando ali.
A ilha em si não tinha muito o que ser explorada, e passamos todos os nossos 45 minutos dentro da água, tentando nos refrescar e aproveitando a vista.
Retornamos então para a Phuket Royal Marina, levando pouco mais de uma hora para chegar lá, e fomos recebidos com sorvete de frutas.
E essa foi a minha experiência com o Sunrise Phi Phi Tour: guias prestativos, ótima comida e lanches, paradas incríveis e um dia inteiro de diversão.
Algumas dicas finais:
- Câmeras a prova d’água são recomendadas, mas eles também têm um fotógrafo que registra o passeio inteiro. As fotos podem ser adquiridas no final do tour.
- Levar protetor solar e lembrar de reaplicar durante o dia, especialmente nas costas, que ficam expostas durante as horas de snorkeling.
- Água, refrigerantes, salgadinhos e frutas ficam disponíveis o dia inteiro no barco, mas é uma boa ideia levar alguns lanches de emergência.
- Precisamos de algumas tentativas para encontrar um tour que não estivesse cheio, isso na baixa temporada. Imagina na alta! Para quem quiser se garantir, é possível reservar o tour com antecedência através do TripAdvisor (o nome do passeio é “Full-Day Phi Phi Island Sunrise by Speedboat from Phuket”).
Quem já conhece Maya Bay? Ou ficou com vontade depois desse post?