Quando eu estava na Austrália cismei que precisava aproveitar a pouca distância e visitar a Nova Zelândia. O problema é que eu não tinha companhia para ir junto.
Bem, já tinha ido pro intercâmbio sem conhecer ninguém, então conclui que isso não iria me impedir.
Fui em uma agência de viagens perto da minha escola de inglês e comentei sobre o meu caso. Eles vieram, então, com uma pergunta mágica: Por que você não tenta uma experiência Topdeck?
Se você, como eu na época, também não faz ideia do que é a Topdeck, deixa eu te explicar: é uma empresa que forma grupos de viajantes entre 18 e 39 anos para fazer roteiros turísticos.
Sim, é o concorrente do Contiki.
Como eu tinha apenas uma semana para essa viagem, eles me ofereceram o roteiro pela South Island, chamado de Southern Explorer.
Fechei o contrato e comecei a contar os dias para a minha aventura na terra do Kiwi.
O Grupo
Acho que não tem como escrever esse post sem comentar sobre o grupo que viajou comigo, né? Afinal essa é grande parte da experiência Topdeck!
Por algum milagre eu era a única brasileira, fato muito difícil para a época, em razão da cotação baixa do dólar. Achei ótimo, já que me dava uma chance de praticar o meu inglês, principal razão do meu intercâmbio.
A maior parte do pessoal era do Reino Unido. Começando por uma mulher muito simpática, de mais de 35 anos, que comentou que Contiki era só até 35, então ela só podia fazer Topdeck. Além dela, também tinha um grupo de meninos de uns 20 anos, super engraçados.
Duas chinesas, que foram minhas melhores amigas, super engraçadas. Elas estavam morando na Austrália fazia mais ou menos um ano e, apesar dos nossos sotaques, conseguimos nos entender bem.
Tinha também duas meninas da Bélgica, e o curioso é que elas falavam pouquíssimo inglês. Na hora de se apresentar para todo mundo na frente do ônibus elas fizeram umas mímicas hilárias. Senso de humor é tudo!
Ainda viajaram com a gente duas Australianas, dividi quarto com elas várias vezes. Era a primeira vez que elas estavam visitando a Nova Zelândia, mesmo morando do lado.
Um casal de suíços, também visitando o país pela primeira vez, e uma espanhola completavam o nosso grupo.
Como da para notar, era um time bem diversificado. Achei estranho não ter nenhuma pessoa do continente americano além de mim, mas imagino que seja em razão da distância. Não é todo mundo que encara dois vôos longos para excursões de 6 dias.
A experiência Topdeck
Antes de começar
Na semana anterior a viagem recebemos uma brochura com informações sobre o país, como a moeda local, clima, o que deveríamos levar, obrigatoriedade de seguro saúde, vistos e etc..
Brasileiros não precisam de visto para visitar a Nova Zelândia e meu seguro estava em dia, então tudo certo. Apesar dos dólares australianos serem aceitos em alguns estabelecimentos, preferi trocar pelos dólares da NZ antes da minha viagem. Uma curiosidade é que lá eles tem ATMs que servem apenas para troca de dólares da Australia para a moeda local, além das ATMs tradicionais.
Peguei um avião de Sydney para Christchurch, de onde sairia nossa excursão. Cheguei quase as 3 da manhã e peguei um shuttle até o Jailhouse Accommodation*, antiga prisão transformada em hostel. Nesse dia dormi em um quarto privado, que aparentava ter sido uma cela em outro momento. Esse hostel é super bem recomendado e já ganhou vários preços do Hostelworld.
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Dia 1: Saída de Christchurch e chegada em Fox Glacier
Como fechei a acomodação do dia anterior como parte da minha experiência Topdeck, eles já providenciaram um quarto no nosso ponto de encontro. No dia seguinte só precisei sair do hostel e já estava no local certo para encontrar o pessoal.
Conheci várias companheiros de viagem antes do ônibus chegar, então eu já estava animada! Nossos guias se apresentaram, um homem e uma mulher, e, ao conferir se estávamos todos lá, partimos!
Nossa viagem inteira iria ser feita de ônibus, e ele era bem confortável, contava até com WiFi. A cada dia, escolhíamos nossos companheiros de quarto através de uma lista que os guias passavam. Dessa forma você pode fazer amizade com várias pessoas diferentes, em vez de sempre dividir o quarto com um mesmo viajante.
Passamos pela cidade de Hokitika, cheia de artesanatos e, de tarde, chegamos na Fox Glacier, nossa primeira parada. Ficamos hospedados no Fox Glacier Inn, um hotel onde os anfitriões eram muito queridos.
Nos serviram uma sopa para jantar, comida simples mas deliciosa. Fomos dormir e esperamos para ir nas geleiras no dia seguinte.
Dia 2: Fox Glacier e chegada em Queenstown
Preciso fazer uma observação antes de começar a descrever o segundo dia. Eu fiz essa viagem em março, quando, em teoria, ainda é verão. Mas pergunta se estava calor por lá? Nada!
Levei poucos casacos e passei muito frio. O engraçado é que só eu senti isso, já que a maioria do pessoal era da Europa e já estava acostumado com esse clima. Enquanto eu estava usando dois casacos, os meninos andavam de short e camiseta. Inacreditável!
De manhã fomos conhecer as geleiras, que são incríveis! Vimos também cavernas feitas de gelo, andamos bastante, apreciamos a vista e tiramos várias fotos. Usamos uns sapatos com umas taxinhas na sola para fixar bem enquanto andávamos e evitar acidentes. Ainda estou orgulhosa que eu não cai em nenhum momento.
Saímos de lá, entramos no ônibus e passamos por algumas paisagens maravilhosas. O mais surpreendente era ver a quantidade de ovelhas. É estimado que em 2015 existiam 6 ovelhas para cada pessoa no país (o que eu descobri que é pouco, em 82 tinham 22 ovelhas por pessoa!!!!!). Para qualquer janela que você olhasse no ônibus, era certeza ver pelo menos uma.
Partimos então para Queenstown, a cidade da aventura e dos esportes radicais! Nossos guias entregaram algumas brochuras sobre as atividades que poderíamos fazer por lá, desde pular de paraquedas, bungy jumping e o que mais se possa imaginar.
Dormimos no Queenstown Lakeview Holiday Park, hotel com uma vista incrível da cidade, já que fica em uma região mais alta que o centrinho e o lago. Saímos para comer e fomos em uma pizzaria/bar para encerrar a noite.
Dia 3: Bungy Jumping e passeio por Queenstown
Diferente dos outros dias, não seguimos viagem para outro destino, nosso dia inteiro foi dedicado a conhecer Queenstown e suas atividades. Era um dia de experiência Topdeck mais leve rs.
Comecei o meu dia já enfrentando a parte mais difícil: fui me jogar de uma ponte com meus tornozelos amarrados em uma corda para evitar qualquer tipo de acidente. Você pode ler tudo sobre a minha aventura lendo esse post: Bungy Jumping na Nova Zelândia, Kawarau Bridge Bungy.
Depois de cumprir minha missão, fui almoçar “o melhor hamburger da cidade” junto com as australianas. Não sei se era o melhor, mas sem dúvidas era sensacional. A partir daí passei o dia explorando os cantos da cidade.
Cheia de lojinhas pequenas e lojas de equipamentos esportivos, além de um lago lindo. Dei uma boa passeada, descobri o melhor cookie do mundo (nem compre porque sua vida vai ser imcompleta quando você não puder mais comprar), e comprei um casaco impermeável para os dias seguintes.
Dia 4: Cruise por Milford Sound
De Queenstown, seguimos para um “mini-cruseiro”. Foi nesse momento que visitamos Milford Sound, ponto super famoso na Nova Zelândia!
Ancorâmos para jantar, mas depois voltamos para o cruise e dormimos por lá mesmo. Como eu nunca fiz um cruzeiro essa foi minha primeira experiência “dormindo no mar”, e foi bem tranquila. Imagino que em navios grandes seja ainda mais tranquilo.
Confesso que achei que ia enjoar de ficar tanto tempo no barco mas foi bem tranquilo. Descemos para os botes em alguns momentos para ver melhor a vista e ficar mais perto da água e também foi super divertido.
Dia 5: Te Anau e Lake Ohau
Descemos do cruise, voltamos para o nosso ônibus e passeamos pela região do Mirror Lake, Hollyford Valley e Te Anau.
Passamos pelo Kawarau River e seguimos até o Lake Ohau, onde passamos a noite. O lugar era maravilhoso, ficamos hospedados bem na beira do lago e a vista era incrível. Sem dúvidas uma das melhores partes da experiência Topdeck.
A descrição do quarto e quinto dia é curta, mas é que, em geral, visitamos pontos turísticos e tiramos várias fotos. Como já fazem mais de 3 anos dessa viagem não consigo lembrar muitos casos interessantes que aconteceram nesses dias.
Dia 6: Lake Pukaki e despedida
Começamos o dia indo até o Lake Pukaki, que tinha a água muito azul. É um daqueles lugares que você acha que é Photoshop e tem que ficar se convencendo de que é real.
Lá tem várias pilhas de pedras, chamadas Cairns (eu acho). Disseram que dava boa sorte e que poderíamos fazer um pedido ao fazermos as nossas. Confesso que na Wikipedia achei uma razão totalmente diferente para essas arrumações, então não sei explicar bem o significado.
Fomos almoçar em uma fazenda de ovelhas, onde nos mostraram como eles tiravam os pelos das ovelhas, etc. Confesso que não achei um passeio divertido, mas não tinha como escapar.
Partimos em direção a Christchurch, onde a excursão chegou ao fim. Aparentemente só eu comprei o pacote de 6 dias, então me despedi, enquanto o resto do pessoal seguia viagem para a North Island.
Achei uma ótima maneira de fazer uma excursão! Conferi vários pontos turísticos que não saberia como ir por mim mesma e fiz várias amizades. Além disso, não precisei ficar escolhendo hotéis ou onde comer na maioria das ocasiões, o que fez o planejamento da viagem ser bem mais fácil.
A Topdeck também oferece excursões para a Europa, América do Norte, África e Ásia, assim como para a Austrália e a Nova Zelândia. Os preços variam, mas os na Oceania custam em torno de US$1000.
Se você comprar um pacote no site, tem acesso a uma área para viajantes se comunicarem com quem comprou a mesma excursão, facilitando a amizade antes mesmo de começar a aventura!
E você, ficou com vontade de fazer uma viagem assim?
Ou já até teve uma experiência Topdeck ou com Contiki? Tenho vontade de fazer para a Europa mas não sei se vale a pena.. Compartilhem suas experiências nos comentários! =)
Nossa que grupo realmente diversificado mesmo! Mas deve ser muito legal sabe ? Conhecer pessoas de culturas diferentes e costumes tão diferentes dos nossos. Engraçado não ter coreanos também, já que é perto e coreanos tem costume de irem pra austrália também. Mas eu ia me divertir muito em conhecer pessoas da china, amo a cultura oriental! <3 Nossa os lugares são perfeitos. Imagina passar uma semana nesse lugar tão bonito ?! Amei esse sanduíche :OOOOOO QUERO ELE, divide comigo! Deve ser um sonho fazer intercâmbio!
Foi bem legal mesmo, as Chinesas tinham uns costumes muito diferentes! Inclusive elas me deram uma bronca porque eu passava tônico com algodão, e elas me disseram que tinha que jogar na mão e passar no rosto direto hahaha Como a pele delas era maravilhosa confiei né! hahaha
Contiki e Topdeck são empresas? Eu jurava que eram “tipos” de viagens hahahahaha Sempre fui doida para fazer um contiki, deve ser uma experiência sem igual! E vc sabe que sou doida pra conhecer a Nova Zelândia por sua causa, né? rs 🙂 Desde que vi sua foto pulando de Bungee Jump!
Então, são empresas mas elas vendem os seus pacotes através de outras empresas de viagem também! A minha fechei com uma agencia lá da Austrália, imagino que as grandes empresas aqui do BR vendam viagens Contiki! Você PRECISA conhecer a Nova Zelândia!! <3
Que experiência legal! Eu nunca tinha ouvido falar desse Topdeck e adorei! E amaria fazer uma viagem nesse estilo, mas no momento minha vida está cheia até demais de companhia, rs, dois filhos pequenos que vivem grudados em mim! Adorei o post e morro de vontade de conhecer a NZ. Bjs!
Mas para quem gosta de viajar com mais gente você tá muito bem acompanhada, né? 😀 A Nova Zelândia é demais, você vai adorar quando for 😀
Alyssa
Vou viajar com o topdeck em Junho para Europa, ficar 8 dias passando por Londres, Paris, Suiça e Italia.
Tenho MUITA dúvida de quanto dinheiro levar para o topdeck. Vocês tem muitos gastos extras? HELP! E também, qual mala levar?
Eu vou estar voltando de um intercambio de 1 mês, e estou com receio da mala ser muito grande para o topdeck.
Oi, Nina!! Eu levei uma mala que cabiam até 23kg, que foi o que me falaram que era permitido, mas não pesaram nem nada! Tenho certeza que poderia ter ido com uma maior que eles não iam encrencar. Sobre os gastos extras, normalmente estava incluso o café da manhã e as vezes jantar, então eu pagava almoço, jantar as vezes, experiências extras (tipo o caso do bungy jumping) e comprinhas hahaha
Oi , eu já fiz a viagem com a Contiki que eu adorei pelo leste europeu, agradeço porque no seu site descobri o Topdeck e estou reservando para ir em maio/junho para fazer a Escandinávia…tks pela dica
Ah, sou louca para fazer um Contiki também 🙂 Espero que goste da Topdeck, achei a empresa ótima!! beijos!!
Oii Alyssa tudo bem?
Você chegou a fazer seu orçamento se tivesse reservado por conta própria? Top Deck sai mais barato ou mais caro? Obrigada! bjinhos
Oi, Regina!
Na época não tinha muita experiência com viagens e não fiz um orçamento por conta, fui direto com a Topdeck mesmo!
Olá.. Parabéns.
Estou pretendendo fazer esse passeio em maio/2018..
Adorei as dicas…Precisa de alguma roupa especial para entrar nas geleiras??
O equipamento eles mesmo deram, só recomendo roupas de frio porque eu congelei hahaha