Quando combinei de visitar Belo Horizonte com outros amigos blogueiros (oi Foco no Mundo, O Baú do Viajante), não fazia ideia do que queria conhecer na cidade.
Eu e o Matheus deixamos o roteiro sob responsabilidade da Débora, que viveu na região a vida inteira, e nosso único pedido foi que um dia fosse reservado para visitar o Inhotim. Ele é uma espécie de museu de arte contemporânea ao ar livre, onde as obras estão expostas em pavilhões, galerias e até mesmo a céu aberto na forma de esculturas.
A área total é de 750 hectares, mas pouco menos de 100 deles são abertos para o público. É um daqueles passeios em que parece que você está só andando por um parque gigantesco, até que sem querer esbarra com um pouco de arte, rs.
Já comentei em outros posts que museus não são muito a minha praia, pois não entendo do assunto e em pouco tempo fico muito cansada (acho que é muita informação de uma vez só, rs) e não consigo mais distinguir as pinturas e os autores. O Inhotim, por outro lado, me energizou desde a primeira galeria que entramos.
Além das instalações serem muito dinâmicas, várias obras são interativas e você precisa participar para entendê-las. Diferente de outros museus, onde é possível apenas observar, no Inhotim você está em constante movimento e sente (ou pelo eu senti) como se fizesse parte do das obras.
Achei imperdível para quem estiver na região de Belo Horizonte, e recomendo adicionar no seu roteiro caso você vá visitar a cidade. Nos próximos parágrafos, vou dar algumas dicas para aproveitar ao máximo a sua visita e mostrar quais foram as minhas exposições favoritas.
Dicas para visitar o Inhotim
Quando visitar
O Instituto Inhotim abre todos os dias da semana, com exceção de segundas-feiras. O valor do ingresso é de R$44, porém nas quartas-feiras a entrada é gratuita.
Esse é o dia que recebe o maior número de visitantes, então na alta temporada (como férias escolares) é bom evitar ir às quartas-feiras. Eu e meus amigos, no entanto, fomos em uma no começo de maio e achamos a lotação bem tranquila.
Apesar das galerias serem fechadas, o resto do parque, como é de se esperar, é ao ar livre. Caso a previsão seja de chuva no dia da sua visita, sugiro remarcar.
Como chegar
Saindo de Belo Horizonte existem duas opções para visitar o Inhotim: de carro ou de ônibus.
No primeiro caso, é possível ir pela rota da BR-381 sentido Contagem, Betim e São Paulo, ou pela BR-040 sentido Rio de Janeiro. O trajeto dura em torno de uma hora e meia.
Já o caminho de ônibus é feito pela empresa Saritur, e a linha para o Inhotim parte de terça a domingo da rodoviária de Belo Horizonte. O horário da saída é único, às 08:15 da manhã, e o retorno é às 16:30 (ou 17:30 nos finais de semana e feriados). A passagem de ida custa R$38,70, enquanto a volta sai por R$35.
Se estiver em grupo, financeiramente vale mais a pena alugar um carro. Sugiro utilizar a Rentcars, empresa que compara tarifas das principais locadoras do país. Com ela consegui encontrar diárias de R$78 na cidade, pouco mais do que o preço da ida e volta para uma pessoa de ônibus.
Conhecendo o parque
O Instituto Inhotim é casa de inúmeras exposições, e dificilmente você vai conseguir conhecer todas elas em apenas um dia. Minha sugestão é pesquisar com antecedência quais são as que mais te interessam, e montar um roteiro ao redor delas.
O parque é dividido entre as rotas rosa, amarela e laranja. O que eu e meus amigos fizemos foi começar pela amarela a pé, conhecendo algumas galerias como a da Praça e a Cildo Meireles. Depois de visitarmos tudo que nos interessava nessa linha, trocamos para a rosa e fomos direto para a exposição mais distante, o Sonic Pavillion do Doug Aitken. Descemos em direção a recepção e, ao terminarmos de ver a rota rosa, paramos para almoçar. Depois de comer, partimos para a linha laranja.
Considero esse um ótimo roteiro, pois é você começa da recepção, chega no restaurante próximo a hora do almoço e tem o resto da tarde para explorar a maior rota, que é a laranja.
Para conseguir conhecer tantas obras em um curto período de tempo, compramos o serviço de transporte interno do parque, que custa R$30 por pessoa. São diversos caminhos pré-determinados por onde ficam circulando carrinhos elétricos que te levam de um ponto ao outro. O Inhotim recomenda fazer o percurso a pé, mas eu achei o serviço de transporte indispensável e compraria novamente. Além de poupar tempo, aproveitamos para descansar esperando pelos veículos do parque.
Onde comer
Além do Café das Flores, situado na recepção, o Inhotim também possui dois restaurantes e uma hamburgueria. O mais famoso deles é o Tamboril, com culinária internacional e buffet livre por R$79,00 por pessoa.
Como queríamos economizar, escolhemos almoçar no Oiticica, self-service onde o preço é R$49/kg. A comida era excelente e havia muitas opções de saladas, massas e carnes. Ele fica na linha rosa, perto da recepção, e criamos nosso roteiro de forma a estarmos próximos desse restaurante por volta do meio-dia.
O que levar
O básico de qualquer passeio ao ar-livre que dura o dia inteiro. Garrafinhas da água (tem bebedouro para reabastecer ao longo do dia), óculos de sol, boné e protetor solar.
Também sugiro levar alguns lanchinhos, como barras de cereais ou salgadinhos, pois os preços dentro do parque são exorbitantes (o pão de queijo era tão caro que apaguei o valor da memória).
Exposições Imperdíveis no Inhotim
Sonic Pavillion – Doug Aitken
O Pavilhão Sônico abriga uma única obra que demorou cinco anos para ser concluída. Seu objetivo era abrir um buraco de 200 metros de profundidade na terra, e então instalar microfones para ouvir os sons que o planeta emite.
Para os visitantes, o local parece vazio com exceção de uma pequena abertura circular no chão. Nos bastidores, no entanto, existe um sistema ultra moderno que amplifica e equaliza os ruídos feitos pela Terra, transmitindo-os em tempo real.
É a galeria mais afastada do parque, e considero uma das obras mais ambiciosas ali presentes. É marcada no mapa com o símbolo G10, e fica na linha rosa. O caminho até lá é longo, por isso recomendo que você use o sistema de transporte interno.
Galeria Cildo Meireles
As duas obras que vimos na Galeria Cildo Meireles foram Desvio para o Vermelho: Impregnação, Entorno, Desvio e Através.
O conceito da primeira era “uma sala onde tudo é vermelho“. Confesso que ao ouvir essa frase o máximo que a minha imaginação conseguiu chegar foi em paredes vermelhas, mas na verdade o contraste se baseia no oposto. Em um fundo branco, o resto dos objetos é que eram da tal cor, o que tornou a experiência ainda mais chocante.
Já Através é uma instalação que usa diversos tipos de materiais, e onde o chão é feito de cacos de vidro. Espera-se que os visitantes contrariem seu senso comum e que pisem nos cacos, para andar dentro da obra.
Ambas me deixaram com uma sensação desconfortável, mas intrigada ao mesmo tempo. Acho que isso que é arte, né? Rs. É o ponto G5 do mapa e fica na linha amarela, uma curta caminhada a partir da recepção.
Galeria Cosmococa
Talvez a mais interativa entre todas as exposições, a Galeria Cosmococa é composta de cinco salas “quasi-cinemas”, que consistem em instalações que usam projeções de slides para fazer com que os visitantes tenham experiências multissensoriais.
Pelo que a Débora nos explicou, a ideia do autor era simular os efeitos que as pessoas sentem quando usam drogas. Achei o conceito interessante, e me surpreendi ao entrar na primeira sala, pois ela estava repleta de almofadas, e o objetivo era pular sobre elas e sentir euforia.
Não vou mencionar como são as outras salas pois acho que a surpresa faz parte de conhecer a obra, mas adianto que até quem estiver precisando de um descanso pode aproveitar, rs.
A galeria está marcada como G15 no mapa, e fica na linha laranja.
Viewing Machine – Olafur Eliasson
Esse artista é famoso por recriar fenômenos da natureza de maneira artificial em suas obras, e é isso que a “Máquina de Ver” nos apresenta. Baseada no princípio do caleidoscópio, os espectadores são convidados a manusear a máquina para obter diferentes tipos de reflexos e formas.
Essa foi a única obra que falei que fazia questão de ver pois era a única que eu já havia lido sobre (não pesquisei com antecedência, ótima blogueira). Confesso que a parte da física passou meio despercebida para mim, mas adorei ver o reflexo dos meus amigos e até o meu. A descrição do projeto diz que o objetivo é fazer com os visitantes “percebam a si mesmo“, e acho que isso acaba acontecendo de uma maneira bem divertida.
Também fica na linha laranja, e é o A13 no mapa.
Galeria Psicoativa Tunga
Eu preciso admitir que não entendi nada da galeria Psicoativa Tunga, mas considero imperdível mesmo assim. Isso porque as obras são tão impactantes, com seus materiais que lembram a cabelos, correntes e crânios, que possivelmente foi a exposição que mais me impressionou.
O artista é um dos mais famosos da cena nacional, mas mesmo procurando na Wikipédia enquanto estava em frente a sua obra o conceito me escapou. Apesar disso, não consegui não observar e seguia tentando entender o que poderia estar acontecendo ali.
Acho que vale a visita para, pelo menos, apreciar a estética tão diferente se comparada às outras obras do parque.
Essa é a galeria G21 no mapa, mas os pontos A1 e G2 também são obras do mesmo artista.
E aí estão todas as dicas para visitar o Inhotim e as exposições imperdíveis! Se tiver mais tempo na região, recomendo ler esse post do blog Foco do Mundo sobre o que fazer em Brumadinho!
Você já conhece esse famoso museu ao ar livre? Qual sua obra favorita? 🙂
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