Um dos primeiros destinos internacionais de muitos brasileiros, planejar uma viagem para Santiago do Chile não é difícil.
Eu sei… Para quem praticamente vive de viajar, falar isso é fácil. Para quem tem menos experiência, no entanto, se preparar para essa aventura pode parecer assustador ou até impossível. Como descobrir onde se hospedar, a melhor época para ir, como não se perder, etc.?
Todos esses são medos comuns quando vamos conhecer uma nova cidade, mas posso te garantir que não tem porque se sentir assim em Santiago. A capital chilena é super acessível, e com um pouco de pesquisa você consegue programar sua visita sem muitas complicações.
Nesse post, reuni todas as informações importantes para planejar uma viagem para Santiago do Chile. Tem desde dicas de documentação, melhores bairros, transporte, alimentação e mais!
Como planejar uma viagem para Santiago do Chile
Quanto tempo ficar
Para conhecer os principais pontos turísticos da cidade, um final de semana prolongado (3 dias) já é o suficiente. Para visitar as atrações com calma e sair um pouco da rota turística, eu recomendo uns cinco dias.
Caso tenha intenção de fazer passeios bate e volta, como Cajón del Maipo ou Valparaíso e Viña del Mar, que levam o dia inteiro, o ideal é reservar mais tempo para a viagem. Nesse caso, uma semana é tempo o bastante.
Quando ir
Santiago do Chile é um daqueles destinos que podem ser visitados durante o ano inteiro. Escolher quando ir, então, depende do seu objetivo.
Se quiser ver neve, o ideal é visitar a cidade entre o final de junho e começo de setembro, final do outono e no alto do inverno. Mesmo assim, é preciso ir até regiões próximas como o Valle Nevado ou Farellones, já que raramente neva na capital do país.
Já no verão as temperaturas são parecidas com as das terras brasileiras, e os termômetros podem marcar até 40ºC. É uma boa época para fazer passeios para Viña del Mar e Valparaíso, mas também é possível visitar esses locais durante o resto do ano.
Eu fui na primeira semana de outono e, como não planejava esquiar ou ver neve, achei ideal. Durante o dia mais de uma vez peguei 30ºC e muito sol, enquanto a noite a sensação térmica era em torno de 15ºC, nada que um bom casaco e um pouco de vinho não resolvesse.
Qual moeda levar
A moeda do Chile é o peso chileno. Não é vantajoso trocar reais por pesos aqui no Brasil, pois a conversão é muito pior se comparada à praticada em Santiago. Se for para levar reais, o ideal é trocar um pouco no aeroporto na chegada, apenas o suficiente para ir até o hotel. Depois troque o resto nas casas de câmbio da rua Agustinas, no centro da cidade.
A conversão é mais vantajosa se você trocar dólares americanos, então é uma boa oportunidade para usar essa moeda caso você tenha algumas notas guardadas.
Documentação
Brasileiros não precisam de passaporte para visitar países do Mercosul, então a carteira de identidade já é suficiente para visitar o Chile. Não existe uma regra clara sobre sua validade, mas recomenda-se que ela tenha sido emitida nos últimos dez anos, tenha uma foto atual (não adianta ter foto sua de criança se você já é adulto) e esteja em boas condições.
Você também pode utilizar o passaporte, caso faça questão do carimbo. Nesse caso, o documento pode ser solicitado através do site da Polícia Federal, e custa R$257,25, com validade de 10 anos.
Ao passar pela imigração, você vai receber uma tarjeta de turismo, um papel com algumas informações da sua chegada. É necessário apresentá-lo para fazer check-in em hotéis e no aeroporto quando você for sair do país, por isso guarde com cuidado!
Passagens Aéreas
O principal aeroporto da capital chilena é o Santiago Arturo Merino Benitez (SCL), a pouco menos de 20km do centro da cidade.
As principais companhias aéreas que operam voos do Brasil para Santiago do Chile são LATAM, Avianca, Gol, Aerolíneas Argentinas e Emirates. Os preços são similares entre a maioria delas, com valores em torno de R$1000 tanto na baixa quanto alta temporada (setembro e janeiro), saindo tanto de São Paulo (GRU) quanto do Rio de Janeiro (GIG).
Para encontrar os melhores valores, eu gosto de usar o site Passagens Promo. Além de estar há anos no mercado e oferecer até 25% de desconto nas passagens, com a empresa também é possível pagar em até 10x no cartão de crédito ou a vista por transferência bancária. O atendimento por WhatsApp funciona todos os dias!
Hospedagem
Na hora de planejar uma viagem para Santiago, tenha em mente que os melhores bairros para se hospedar são Providencia e Bellavista. Na verdade é difícil dizer se ambos são bairros propriamente ditos ou se um fica dentro do outro, mas o importante é saber que eles ficam na mesma região.
É ideal para quem quer ficar próximo dos pontos turísticos, pois a maioria deles fica a alguns minutos de distância ou a poucas estações de metrô. A vida noturna também é bem agitada, com bares, baladas e restaurantes para todos os gostos.
Eu fiquei no Rado Boutique Hostel, na rua Pío Nono e achei a localização excelente. Era do lado do Patio Bellavista e próximo a estação Baquedano, e caminhando por vinte minutos era possível chegar ao centro histórico. Tem post aqui no blog com uma resenha bem detalhada. O valor para uma cama em um quarto feminino era um pouco mais de R$70.
Outras opções legais são:
- Quiral Hotel Boutique: Com wifi gratuito, TV de tela plana e ar-condicionado nos quartos, a propriedade também serve café da manhã e tem um ótimo terraço. Fica perto do metrô e os preços começam em R$400. Nota no Booking: 9,2.
- Hotel Boutique Orly: Todos os quartos possuem televisão, frigobar e ar-condicionado. O café da manhã é servido no jardim de inverno, e existe um restaurante no local que serve pratos de culinária nacional e internacional. A diária no quarto mais simples fica em torno de R$500. Nota no Booking: 9,0.
- Solace Santiago: Hotel cinco estrelas, pertinho do Cerro San Cristóbal. Existe um restaurante no local, assim como piscina ao ar-livre, academia e recepção 24 horas. Wifi e café da manhã estão incluídos nas diárias, que começam em aproximadamente R$750. Nota no Booking: 9,2.
Se você pagar sua hospedagem em dólares americanos em vez de pesos chilenos, ganha isenção da taxa de 19% de ISS. Para ter direito a esse desconto, é preciso apresentar o cartão da imigração (aquele que eu falei que precisava guardar com cuidado) e identidade. Me foi dada a possibilidade de pagar em dólares com o cartão de crédito, mas eu também levei em espécie caso não houvesse essa alternativa.
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Seguro Viagem
Apesar de não ser obrigatório em uma viagem para o Chile, eu considero o seguro viagem um serviço indispensável. Os valores são super acessíveis (começam em R$9 por dia para viagens internacionais!) e, se você precisar acioná-lo, com certeza vai economizar centenas ou até mesmo milhares de reais.
Com um seguro você fica protegido no caso de qualquer imprevisto durante a viagem, especialmente problemas médicos, para que você possa se curar rápido e continuar curtindo suas férias. Além disso, um seguro viagem também ajuda, por exemplo, no caso do seu voo estar atrasado ou ser cancelado, assim você não precisa contar apenas com a boa vontade das companhias aéreas.
Transporte
Outro motivo para ser fácil planejar uma viagem para Santiago é que os principais pontos turísticos da região ficam próximos um dos outros. A cidade também conta com uma ótima malha de metrô, fazendo com que alugar um carro seja totalmente dispensável, desde que você esteja disposto a utilizar o transporte público.
Se hospedando em bairros como Providencia, Lastarria ou Centro, você conseguirá ir para a maioria das atrações a pé. As caminhadas mais longas que fiz foram de pouco menos de trinta minutos, e cheguei em lugares como Cerro Santa Lucía, Plaza de Armas e Mercado Central.
Como achava agradável andar para todos os lados, peguei o metrô poucas vezes. Para utilizá-lo é preciso comprar um cartão recarregável chamado bip!, pois não são vendidos passes de papel ou unitários. É possível adquirir o cartão tanto nas estações quanto em lojas próprias do transporte espalhadas pela cidade. As tarifas variam de acordo com o horário, custando 630 pesos fora do horário de pico e 780 entre 7 e 9 da manhã e 6 e 8 da noite.
Para não se perder, o truque é utilizar aplicativos como Google Maps. Você coloca sua localização atual e para onde quer ir, e ele mostra o caminho a pé ou usando o transporte público, indicando o número do ônibus, linha do metrô e até em qual parada descer. Já tem post aqui no blog explicando direitinho como usar esse app em viagens!
Para passeios fora da cidade, como Viña del Mar ou Cajón del Maipo, é possível contratar excursões que incluem o transporte. Foi o que eu fiz e achei bem prático, e o preço é bem razoável. Caso prefira alugar um carro, recomendo fazer uma cotação com a Rentcars, que compara os preços entre as melhores locadoras do mundo.
Alimentação
Uma das partes que mais varia de pessoa para pessoa na hora de planejar uma viagem para Santiago é a alimentação. Isso porque, dependendo do seu estilo de viagem, é possível gastar relativamente pouco fazendo compras no mercado ou mais de R$200 por dia.
Para restaurantes mais simples nas áreas turísticas, gastei entre 5 e 10 mil pesos (em torno de 30 a 60 reais). Sugiro reservar em torno de R$100 por dia caso você pretenda almoçar e jantar fora em lugares populares. Esse valor era caro para o meu orçamento, e para gastar menos comi bastante em fast-food, especialmente Taco Bell onde os preços eram bem amigáveis, menos de mil pesos por alguns burritos.
Uma forma de comer com fartura e economizar é procurar os restaurantes estilo fuente de soda, espécie de dinners que vendem sanduíches e pratos prontos. As porções são super bem servidas (dividi com uma amiga e ainda sobrou) e os preços mais atraentes – 6 mil pesos pelo prato inteiro.
Se estiver em hostel ou apartamento com cozinha, você ainda pode fazer compras no mercado e preparar as próprias refeições. Achei os preços similares aos praticados no Brasil, com exceção dos vinhos. Nesse caso, era possível encontrar garrafas de 1,5L por 3000 pesos (pouco mais de 15 reais!!!!!).
Principais Atrações
Por último, mas não menos importante na hora de planejar uma viagem para Santiago do Chile, é preciso escolher o que conhecer na cidade. Com inúmeros parques, museus, cafés, prédios históricos, walking tours, mercados e shoppings, a região oferece atrações para todos os estilos de viajantes.
Alguns dos mais populares são:
- Cerro San Cristóbal: Dentro do Parque Metropolitano, o cerro tem uma das melhores vistas da cidade. A subida pode ser feita gratuitamente através de uma trilha, porém recomendo pegar o funicular que é barato e rápido.
- Patio Bellavista: Com inúmeros restaurantes, bares e lojas, é ótimo para aproveitar a noite na região de Providencia. O preço é um pouco salgado para a região, então prepare seu bolso.
- Sky Costanera: Com o mirante mais alto da América Latina, esse shopping oferece uma seleção de lojas nacionais e internacionais, além de uma visão única para a cidade. Sugiro visitar no pôr do sol.
- Centro Histórico: A arquitetura impressionante é apenas uma razão para visitar o centro da cidade. Com diversas casas de câmbio, restaurantes baratos e marcos como a Catedral Metropolitana e o Palacio La Moneda, é fácil passar horas explorando as ruas da região.
- Lastarria: Com museus, centros de cultura, restaurantes e feiras de rua, esse bairro é um destino popular entre os locais nos finais de semana.
Tem um post completo com os meus passeios favoritos de Santiago aqui no blog.
Os arredores da cidade também oferecem atrações interessantes, como Cajón del Maipo (imperdível), Isla Negra ou Valparaíso e Viña del Mar. Normalmente os brasileiros fazem esses passeios com agências de turismos (Santiago está cheia delas), e eles incluem transporte e guia, e as vezes até algum lanche.
E isso é tudo que você precisa saber para planejar uma viagem para Santiago. Providencie seus documentos, compre a passagem e seguro, reserve seu hotel e monte o seu roteiro! Prometo que é mais fácil do que parece 🙂
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