Já pensou em participar de um desafio literário para expandir seus horizontes como leitor? Não? Então você precisa conhecer o desafio de leitura do PopSugar!
Eu sempre gostei de ler livros de gêneros diferentes. Desde pequena, gostava de ler fantasia, auto-ajuda, infanto juvenil, romances, mistérios e, honestamente, qualquer outro livro que aparecesse.
Por isso, no dia que eu descobri que existem desafios literários criados para tirar leitores de suas zonas de conforto, não pensei duas vezes e resolvi participar. Caso você nunca tenha ouvido falar no assunto, esses desafios são feitos por diversas empresas e tem vários formatos, sendo que o mais comum é uma lista com várias categorias, e os leitores precisam encontrar (e ler) livros que se encaixam em cada uma delas.
O primeiro desafio de leitura que fiz, que foi como eu descobri esse tipo de atividade, foi o PopSugar Reading Challenge 2019. O PopSugar é um site de entretenimento que aborda vários assuntos como beleza, celebridades e lifestyle, e todos os anos eles publicam um desafio de leitura para o ano seguinte. No geral, os editores escolhem 40 categorias regulares e mais 10 avançadas, para quem quer ir ainda mais longe. No meu caso, consegui completar apenas as 40 leituras regulares, e acabei o último livro (Comer, Rezar e Amar para “uma releitura de um livro que você ama”) no último dia de 2019.
Em 2020 eu tinha resolvido não participar do desafio – afinal, vários livros que eu queria ler não se encaixavam em nenhuma categoria, e se eu já tive dificuldades em ler todos os livros do desafio no ano passado, imagina completar essa atividade novamente e ler ainda mais? Porém com a pandemia tive mais tempo livre e, no meio do ano percebi que já tinha cumprido metade da lista com as leituras que já havia feito. Sendo assim, resolvi encontrar outros livros para completar o desafio de 2020. Terminei em setembro.
Como expliquei, esses desafios servem para tirar o leitor da zona de conforto e tentar coisas novas, e em ambos os anos eu li livros de gêneros que eu não tinha lido ainda (horror, autobiografias), conheci novos autores e sagas, e aumentei muito o meu hábito de leitura. Gostei tanto, que resolvi não só participar de mais um desafio ano que vem (contei no final desse post), como também quis escrever uma lista com os melhores livros que li para o PopSugar Reading Challenge de 2020. Alguns deles se tornaram os meus favoritos da vida, e isso por si só já faz o desafio valer a pena!
Lembrando que eu estou sempre postando sobre as minhas leituras no meu instagram dedicado a livros @aly.reads!
Melhores livros do meu desafio de leitura do PopSugar 2020
A seguir estão os meus dez livros favoritos do desafio de leitura do PopSugar deste ano, listados em ordem de preferência. No final listei todas as categorias, livros escolhidos e dei uma nota para cada um deles.
UM LIVRO QUE PASSA NO TESTE de BECHDEL
O teste de Bechdel é um teste feito para verificar se, em uma obra, existe um momento em que duas personagens mulheres conversam entre si sobre um assunto que não seja um homem. O que torna irônico o fato de eu ter escolhido para essa categoria um livro cujo título remete aos maridos da protagonista.
Os Sete Maridos de Evelyn Hugo – Taylor Jenkins Reid
Sinopse: Os Sete Maridos de Evelyn Hugo é uma história surpreendente e emocionante, onde os leitores acompanham a jornalista Monique Grant na produção de uma das biografias mais esperadas do mundo, a da famosa atriz Evelyn Hugo. Monique não faz ideia da razão pela qual ela foi escolhida para o trabalho – afinal, ainda não é uma jornalista tão conhecida e Evelyn fez questão de que fosse ela a escutar toda sua história –, mas está disposta a fazer tudo que for possível para subir em sua carreira. Evelyn foi uma das principais celebridades do início de Hollywood, muito conhecida por seu trabalho como atriz e por sua escandalosa vida pessoal, já que foi casada nada menos do que sete vezes. O que aconteceu em cada divórcio, no entanto, sempre foi um mistério que ela preferiu guardar para si. Ao escutar sua história verdadeira, no entanto, Monique percebe que o que a mídia noticiou durante tantos anos não é um retrato fiel da realidade, e ela acaba descobrindo um segredo que vai mudar sua vida para sempre.
Porque eu amei: Por incrível que pareça, o que mais me surpreendeu nesse livro e fez com que ele fosse marcante foi algo que foi dito logo no começo, mas que eu não prestei atenção no que significava. Como escrevi na sinopse, o enredo é construído em torno da história da Evelyn, desde o começo de sua carreira até os dias atuais, quando ela já está mais velha e fora dos holofotes. Algo que ela explica é que resolveu contar a história pois todo mundo com quem ela se importa já morreu, ou seja, ninguém irá se machucar quando a verdade vier à tona.
No começo a Monique só estava interessada em saber quem foi o grande amor da vida de Evelyn, e apesar dessa pergunta ser respondida muito antes do que eu imaginava, e com uma resposta completamente inesperada, ainda assim não foi o porquê do livro ser tão bom. A verdade é que o livro é emocionante pois se trata da vida inteira de Evelyn, diferente de outras histórias de ficção que costumam mostrar apenas um recorte da vida de suas personagens.
Evelyn passa por momentos que qualquer leitor consegue se identificar, como se apaixonar, términos de relacionamentos, maternidade, decepções… Ao longo trama, nos envolvemos com todas as personagens, que como é de se esperar dos talentos de Hollywood, são carismáticas e fazem com que você torça para um final feliz para todos. Como Evelyn deixa claro já no começo, todas as pessoas já morreram, e o leitor acaba por descobrir quem realmente teve um final de conto de fadas, e quem infelizmente não chegou lá.
Essa parte para mim foi a mais emocionante, e eu confesso que chorei inúmeras vezes, de chegar a soluçar. Foi o único livro do ano que me deu ressaca literária, e eu demorei quase um mês para ler alguma coisa depois disso, de tanto que me emocionei com Os Sete Maridos de Evelyn Hugo. Recomendadíssimo.
UM LIVRO PUBLICADO EM 2020
A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes foi um dos lançamentos mais aguardados do ano, e é um prequel da trilogia Jogos Vorazes, ou seja, sua história se passa antes da saga da Katniss.
A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes – Suzanne Collins
Sinopse: Em A Cantiga dos Pássaros e Serpentes, acompanhamos o jovem Coriolanus Snow (que futuramente será o presidente Snow) no seu primeiro ano como mentor nos jogos vorazes. Essa mentoria é um programa inédito, que busca fazer com que os jogos sejam mais assistidos entre os distritos, além de dar prestígio e uma bolsa de estudos integral para a universidade ao mentor do tributo vencedor. Por uma ironia do destino, no entanto, Snow acaba sendo designado como mentor da menina do Distrito 12, Lucy, uma das competidoras com menor chance de vitória. Ao conhecer melhor a menina, no entanto, Snow começa a sentir sua sorte virar, e a improvável dupla fará de tudo para que Lucy seja a última de pé na arena dos jogos.
Porque eu amei: Se você quer ver a quantidade de emoções que eu passei enquanto lia esse livro, e o quanto eu gostei dele e de todas as suas reviravoltas, recomendo você assistir a minha review no YouTube:
Para mim, basta dizer que não apenas a história é surpreendente, mas Suzanne Collins conseguiu que os leitores simpatizassem com a personagem mais detestada de toda a saga, pelo menos durante alguns capítulos. Quem leu a trilogia original provavelmente jamais imaginou a história por trás do presidente Snow, e que ele tinha uma ligação com o Distrito 12 muito maior do que apenas a Katniss.
Não só isso, também é possível ter uma nova visão dos jogos, que não foram sempre tão glamourosos como aconteceu no ano de Katniss e Peeta. Na 10ª edição, retratada no livro, vemos muito pouca tecnologia, uma arena que no geral era sempre a mesma, tributos mal cuidados e pouquíssimas pessoas que davam importância ao evento. É divertido descobrir que Snow e Lucy foram responsáveis por iniciar inúmeras tradições que foram mantidas até a última edição.
Assim como a trilogia original, que teve inúmeras músicas em suas páginas, A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes tem canções durante toda a trama, o que faz sentido tendo em vista que Lucy Gray ganhava sua vida cantando em um bar. Até hoje eu escuto versões feitas por fãs no Youtube.
O meio do livro pode parecer um pouco lento, até porque eu não esperava que continuasse com o depois dos jogos, mas eu achei necessário para entendermos melhor o caráter do futuro presidente. O final foi surpreendente, e deixa em aberto uma possível sequência, e até hoje eu não sei o que acho que aconteceu. Todos esses detalhes fazem com que eu pense nesse livro até hoje, o que considero um ótimo sinal. Como fã, senti que o livro fez jus a uma série que já era maravilhosa.
um livro escrito por uma mulher de cor
Shonda Rhimes é um dos principais nomes da televisão americana, e é mais conhecida pela criação de séries como Grey’s Anatomy, Scandal e How to Get Away with Murder.
O Ano em que Eu disse Sim – Shonda Rhimes
Sinopse: “Você nunca diz sim para nada”, foi a frase dita pela irmã de Shonda que fez ela analisar sua vida e mudar sua perspectiva. Depois dessa conversa, a já bem sucedida produtora resolve dizer “sim” por um ano para todas as atividades que lhe dão medo– e não são poucas, já que ela é uma introvertida assumida que prefere não aparecer nos holofotes, fazer discursos ou sair de sua zona de conforto. O livro acompanha alguns dos momentos que Shonda disse sim, e suas reflexões sobre seus resultados.
Porque eu amei: O Ano em que Eu Disse Sim foi o primeiro livro que li em 2020, e me causou uma grande reflexão sobre como eu abordo minha vida e alguns dos desafios que encontro pelo caminho. No começo, eu achei que a Shonda ia dizer “sim” apenas para alguns eventos pontuais, afinal ela é uma introvertida, e falar em público e ser o centro das atenções são algumas das coisas de que ela mais tem medo.
O que me surpreendeu, no entanto, foi o livro ter abordado inúmeras outras situações, desde a vida amorosa da autora, até sua saúde e família. Um dos pontos mais interessantes de ver esses outros aspectos foi como a Shonda percebeu que mesmo não falando “não” ativamente, ela acaba deixando de lado inúmeras coisas que, em uma reflexão, concluiu que eram importantes demais para serem descartadas. Era um “não” que ela dizia a si mesma sem perceber, e me fez questionar o quanto eu também faço o mesmo em alguns momentos.
Não vou dizer que eu resolvi também fazer um “ano do sim” depois de ler esse livro, apesar de ter ficado com essa vontade, mas com certeza me fez enxergar com outros olhos situações em que eu preferia ficar na zona de conforto em vez de enfrentar meus medos. Não é bem auto-ajuda, afinal é mais a autora contando sua própria história (e de uma maneira espetacular, afinal ela trabalhou como roteirista por muito tempo), mas com certeza é um livro que faz você pensar.
um livro com nota 4.0 ou mais no GoodReads
O Goodreads é uma rede social para leitores, parecido com o Skoob. Atualmente, Winter tem nota 4.4 na plataforma.
Winter – Marissa Meyer
Sinopse: No último volume da saga das Crônicas Lunares, finalmente conhecemos Winter, princesa inspirada na Branca de Neve, e cuja madrasta malvada nada mais é do que Levana, rainha da Lua. Nessa parte da história, vemos reunidos todos os protagonistas das outras tramas, e Cinder, Scarlet e Cress (e seus respectivos príncipes) estão prontas para atacar o reinado de Levana e colocar a verdadeira herdeira no trono. A conclusão da história conta com uma guerra na Lua, reviravoltas, traições, uma versão da maçã envenenada e, como não poderia deixar de ser, um final digno de contos de fada.
Porque eu amei: Eu já recomendei as Crônicas Lunares no post de melhores séries de infantojuvenil, e volto a repetir que a série é incrível e possui todos os elementos para se transformar em um fenômeno: é uma distopia futurística com protagonistas adolescentes que precisam salvar o mundo, e ainda têm um pézinho nos contos de fada – afinal, os quatro volumes foram inspirados respectivamente nas histórias de Cinderella, Chapéuzinho Vermelho, Rapunzel e Branca de Neve.
Gostei muito que a autora usou como inspiração histórias já tão conhecidas, mas conseguiu colocar um twist que ligasse uma à outra e ainda inventou uma trama por trás que envolveu ciborgues, traições, a conquista da lua, guerras mundiais e muito mais. Preciso avisar, no entanto, que o primeiro livro é focado em uma praga mortal que está devastando o planeta Terra, por isso se você não consegue mais lidar com a pandemia do Coronavírus, essa história provavelmente não é a ideal no momento.
Em 2019 eu li o primeiro volume, Cinder, e em 2020 resolvi terminar de ler a saga – tentei ir devagar para não acabar logo, porém confesso que depois de Cress tudo que eu queria saber era como será que elas vão derrotar a rainha Levana? Será que vai dar certo? A história é super envolvente e, como é infantojuvenil, ainda conseguimos enxergar alguns dramas adolescentes e romances que nos fazem torcer pelas personagens durante todas as páginas.
Winter sem dúvida fechou com chave de ouro a história das Crônicas Lunares, sendo um dos melhores capítulos (ou talvez até mesmo o melhor) dessa saga fantástica.
UM LIVRO COM UMA LINGUAGEM INVENTADA
Em Minha Avó pede Desculpas, Elsa e a avó se comunicam através de uma língua secreta, supostamente inventada pela avó.
Minha Avó Sente Muito – Fredrik Backman
Sinopse: A avó é a pessoa preferida de Elsa, ela sempre está se metendo em confusão, enfrentando o mundo pela neta e irritando as pessoas pelo caminho, mas somente as que ela não gosta. As duas até mesmo tem um reino secreto imaginário, onde passam muito tempo juntas em diversas aventuras. A vida de Elsa passa por uma reviravolta, no entanto, quando sua avó morre e deixa como missão diversas cartas para serem entregues pela garota, para pessoas com as quais a avó precisava se desculpar. Em uma tentativa de fazer sentido da morte inesperada e de se apegar a sua antiga vida, Elsa parte em busca dos destinatários das cartas em uma tentativa de conhecer melhor sua avó.
Porque eu amei: Preciso confessar que eu não li a sinopse desse livro antes de começar a ler – eu vi apenas como indicação para essa categoria, sabia que o autor era super popular no momento e pensei “ok”. Jamais me passou pela cabeça ao escolher essa história que a avó da Elsa morreria nos primeiros capítulos, e preciso admitir que não estava preparada para tamanho choque nas páginas iniciais. Mesmo a avó estando viva apenas no começo, a maneira com que o livro é narrado faz com que você consiga sentir a perda e a falta que a personagem faz na vida de Elsa, o que torna esse um dos livros mais tristes que já li.
Além disso, é muito interessante ver que Elsa e a avó viviam em um mundo da imaginação, e que muitos personagens do reino inventado pelas duas são, na verdade, baseados nas pessoas que devem receber as cartas da avó. Todas elas contam histórias sobre o passado da avó que Elsa não imaginava, e assim ela aprende mais não só sobre seus vizinhos, mas também sobre a própria família e as pessoas que a cercam. Também gostei muito da narração, que é pelo ponto de vista da Elsa e que faz com que a história tenha um toque de mágica misturada à vida real.
Foi o meu primeiro livro do Fredrik Backman e, apesar de já ter ouvido falar de que as histórias que ele escreve tendem a ser emocionantes, eu não imaginava que seria algo tão incrível assim. Comecei a primeira página de Minha Avó Sente Muito sem grandes expectativas, e no final eu já sabia que iria reler esse livro muitas vezes na vida.
UM LIVRO COM UM PÁSSARO NA CAPA
A capa de This is How You Lose the Time War possui dois pássaros, um vermelho e um azul, representando as protagonistas, Red e Blue.
This is How You lose the Time War – Amal El-Mohtar and Max Gladstone
Sinopse: No meio de uma guerra entre duas facções, duas agentes inimigas começam a se corresponder e a procurar uma pela outra em suas missões. Tentando mudar o futuro (e até mesmo passado) da humanidade, elas se vêem presas uma à outra, e seu relacionamento começa a se transformar com o passar dos anos. Red e Blue sabem que precisam parar de se comunicar, afinal, elas são inimigas e nada pode acontecer entre elas, mas a admiração mútua e vontade de quebrar as regras é difícil de resistir.
Porque eu amei: Eu ACHO que esse foi o livro mais bonito que eu já li na minha vida. E digo acho porque até agora eu não tenho certeza se consegui compreender a história por completo, porque ela é escrita de uma forma que parece misturar poesia com ficção científica. Dessa forma a leitura é, em muitos momentos, quase abstrata, e acredito que eu tenha perdido alguns conceitos e declarações.
Achei muito interessante que o livro inteiro é feito apenas com cartas enviadas entre Blue e Red, não há narração fora ao que elas estão contando uma à outra, e a maneira com que elas se comunicam é simplesmente linda e ao mesmo tempo inconvencional – deixe para duas agentes secretas encontrarem maneiras diferentes de enviar cartas que não devem ser lidas (ou sequer enviadas).
Como todo livro de ficção científica que se preze, o final é uma reviravolta surpreendente e eu reli algumas vezes a explicação da Red sobre o que aconteceu, e fiquei impressionada com algumas implicações que estavam presentes desde o começo do livro, mas que só fui realmente entender lá para o final (sempre bom quando isso acontece, né?). Fiquei triste apenas pelo livro ser curto, eu poderia encarar facilmente mais alguns anos de mensagens entre as protagonistas.
This is how You Lose the Time War é um dos únicos livros dessa lista que ainda não tem tradução para o português, e confesso que nem imagino como algo tão lindo poderia ser traduzido sem perder a beleza.
O PRIMEIRO LIVRO QUE VOCÊ TOCAR com os olhos fechados EM UMA PRATELEIRA
Como não leio mais livros físicos, o que fiz foi rolar pela minha biblioteca do Kindle de olhos fechados e escolher um livro sem olhar.
Guardiã das Cidades Perdidas – Shannon Messenger
Sinopse: Sophie Foster é tudo menos uma garota normal – ela é super inteligente e com apenas 12 anos já se encontra no ensino médio, sendo mais inteligente que a maioria de seus colegas. Também não ajuda que ela consiga ler mentes. Sua vida muda, no entanto, quando ela conhece Fitz e descobre que na verdade não é humana, e sim uma Elfa. Com uma nova família, amigos e escola, Sophie descobre que mesmo entre seu povo ela não é normal, e que sua vida está destinada a inúmeras aventuras e perigos.
Porque eu amei: Outro que também já recomendei na lista de melhores sagas infantojuvenil. Eu gosto de pensar nesse livro como Harry Potter se a protagonista fosse mulher, afinal, ela descobre que na verdade é um ser mágico, vai para uma escola para aprender a lidar com seus poderes, finalmente faz amigos e se mete em vários problemas e aventuras devido a ser “especial”.
Essa descrição pode afastar muitas pessoas, eu entendo. Inclusive, não consegui terminar de ler Carry On da Rainbow Rowell justamente por ser muito parecido com a história do bruxo mais famoso do mundo, mas Guardiã das Cidades Perdidas é diferente. A história vai muito além de “um inimigo que quer destruir parte impura da humanidade“, e uma guerra invisível onde ninguém tem certeza de quem é o lado certo (ou de que alguma coisa errada está acontecendo) é a verdadeira trama de fundo. Além disso, diferente do mundo dos bruxos, os elfos possuem poderes super diferentes, com os protagonistas manifestando habilidades diversas que causam (e ajudam) a maioria das confusões.
Pessoalmente, se você adora Harry Potter mas já está cansado de ler a saga (ou não quer mais apoiar a J.K. Rowling), eu mais do que recomendo Guardiã das Cidades Perdidas. Eu posso até dizer as diferenças entre as séries, mas a verdade é que elas são bem parecidas, mas de uma maneira boa. Até agora apenas o primeiro volume foi lançado em português, mas em inglês já foram lançadas nove partes da história.
um livro com a capa rosa
Apesar do nome do livro conter “vermelho”, “branco” e “azul royal”, a capa tem o fundo rosa.
Vermelho, Branco e Sangue Azul – Casey McQuiston
Sinopse: Alex é amado por toda a mídia – ele é bonito, carismático e também o filho da presidente dos Estados Unidos. Seu único problema é seu arqui-inimigo, Henry, que nada mais é do que um esnobe da realeza britânica metido a besta. Seus caminhos não costumam se cruzar, afinal eles moram em continentes diferentes, mas tudo isso muda quando Alex vai até a Grã-Bretanha para o casamento de Phillip, irmão mais velho de Henry. A animosidade entre os dois rivais é tão grande que eles acabam causando uma confusão na festa, e assim eles são obrigados a passar tempo juntos para enganar a mídia e fingir que são amigos.
Porque eu amei: De longe, esse foi o romance mais leve e delicioso que eu li em 2020. A história tem tudo para ser um clichê – na verdade, eu diria que ela é de fato um clichê enorme, afinal os protagonistas começam o livro se odiando e acabam desenvolvendo sentimento um pelo outro. Realmente, não é nada de novo, mas a maneira com que a história é escrita faz com que você se apegue aos personagens e torça por eles de uma maneira inexplicável. É simplesmente um livro muito fofo.
Também gostei muito da história se passar em vários lugares diferentes, afinal como filho da presidente e membro da família real, os dois jovens tem inúmeros compromissos ao redor do mundo, e assim podemos imaginar como são as férias em uma casa no lago nos Estados Unidos ou os museus em Londres.
Nos agradecimentos, a autora explicou que resolveu escrever essa história como se o presidente americano fosse outra pessoa para dar um pouco de esperança e leveza à situação em que o país se encontrava em 2019, e eu acredito que ela foi mais do que bem sucedida. A história é uma delícia de acompanhar, a trama segue sendo clichê mas ainda te deixa querendo saber o que vai acontecer e, honestamente, o único defeito é que acaba e que não tem volume dois. Se você quer algo leve e divertido, Vermelho, Branco e Sangue Azul sem dúvidas é uma ótima opção.
UM LIVRO COM UMA PRIMEIRA FRASE ÓTIMA
A primeira frase de Hábitos Atômicos é “No último dia do meu segundo ano do ensino médio, acertaram meu rosto com um taco de beisebol.”.
Hábitos Atômicos – James Clear
Sinopse: A sua vida é um resultado de pequenas atitudes, e não de mudanças enormes. No seu primeiro livro, James Clear explica porque as pequenas coisas que fazemos no nosso dia de maneira automática são importantes, e de que forma podemos utilizá-las para mudar de vida. Com um framework detalhado de como criar um bom hábito (ou como quebrar um mau), Hábitos Atômicos ensina ao leitor como construir a vida que ele tanto deseja a partir de pequenas atitudes que parecem (mas apenas parecem) não ter grande impacto no dia a dia.
Porque eu amei: Esse é um dos poucos livros de não ficção que li esse ano, e sem dúvidas foi o mais útil de todos. Como alguém que passa grande parte do tempo em casa – afinal, eu trabalho para mim mesma no meu computador, malho utilizando um app no chão do meu quarto, etc etc – sei o efeito enorme que repetir pequenas atitudes todos os dias pode ter.
O interessante desse livro não é apenas a lógica de que você não precisa mudar de vida drasticamente, e sim que você deve mudar pouco a pouco com pequenos hábitos. Além disso, o autor explica de maneira detalhada como você pode colocar as dicas em prática, com um framework super explicadinho, com exemplos reais e histórias de pessoas que conseguiram atingir mudanças significativas mudando muito pouco.
Não vou te dizer que Hábitos Atômicos vai mudar a sua vida, mas é possível que aplicando as ideias apresentadas você consiga atingir inúmeros objetivos sem sentir que fez um esforço monumental. (Nota: esse post só está sendo escrito pois segui o meu hábito que é escovar os dentes, beber um copo da água e sentar no computador, meu ritual para começar a trabalhar que criei depois de ler esse livro).
UM LIVRO COM UM TROCADILHO NO TÍTULO
Em inglês, o ditado original é “When life gives you lemons” (quando a vida te dá limões), e a autora faz uma brincadeira trocando lemons por Lululemons, que é o nome de uma marca de roupas esportivas.
When Life Gives you Lululemons – Lauren Weisberger
Sinopse: Faz anos que Miranda está fora de sua vida, e Emily está muito bem sem ela, obrigada. Casada com um homem maravilhoso e com uma carreira como relações públicas de celebridades que está a todo vapor, ela sente que sua vida é perfeita – até que outra RP mais nova e bonita começa a roubar seus clientes. Na noite de ano novo, Emily é contratada pela empresária de um cantor famoso para lidar com uma crise em Nova York, porém ao chegar no trabalho descobre que foi substituída por sua nêmesis, e assim resolve passar uns dias na casa de uma amiga no subúrbio, onde todas as mulheres são mães que passam o dia comendo brunch e usando Lululemon.
Porque eu amei: Sim, esse livro foi escrito pela autora de O Diabo Veste Prada, e a Emily de quem estamos falando é a assistente que não conseguiu ir para Paris pois foi atropelada enquanto estava realizando uma tarefa para Miranda Priestly. Diferente de A Vingança Veste Prada, onde acompanhamos o que aconteceu com Andy depois que ela deixou a Runway, When Life Gives you Lululemons é totalmente focado na Emily, e como ela lidou com a vida depois de ter saído da revista.
Diferente do que é retratado no filme e nos livros – que a Emily é chata e muito dura com a Andy – aqui vemos uma versão completamente diferente da sua personalidade, com inúmeras sacadas hilárias e irônicas. Eu sinto que a Lauren (autora) escreve chick-lit sempre com uma pitada de sarcasmo, o que torna os livros muito mais divertidos do que se fosse apenas aquele clichê romântico.
A história é muito maior do que apenas a Emily passando um tempo no subúrbio – ela consegue um emprego com uma celebridade super proeminente, tem que lidar com estar fora do glamour de Los Angeles e coma vida real de sua amiga, que é bem diferente das mães de subúrbio tradicionais, e com reviravoltas que leitor nenhum espera, muito menos a personagem. Ri alto em alguns momentos, e me perguntei porque tivemos uma continuação de O Diabo Veste Prada com a Andy, quando a Emily é na verdade muito mais divertida.
Me parece que a história ainda não foi traduzida para o português, mas acredito ser apenas questão de tempo já que os outros trabalhos da autora já foram publicados no Brasil.
Lista completa de livros do meu desafio de leitura do PopSugar 2020
Os livros acima foram os meus 10 favoritos do desafio, mas no total foram 40 categorias diferentes para chegar até o final. Aqui estão todas as minhas escolhas e o que eu achei de cada uma delas:
- Um livro publicado em 2020 – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes, Suzanne Collins
- Um livro escrito por um autor transgênero ou não-binário – Apenas uma Garota, Meredith Russo
- Um livro com uma ótima primeira frase – Hábitos Atômicos, James Clear
- Um livro sobre um clube do livro – A sociedade literária e a torta da casca de batata, Mary Ann Shaffer & Annie Barrows
- Um livro que se passa em uma cidade que sediou as Olimpíadas – Scarlet, Marissa Meyer
- Um Bildungsroman – Em Algum Lugar nas Estrelas, Clare Vanderpool
- O primeiro livro que você tocar com olhos fechados em uma estante – Guardiã das Cidades Perdidas, Shannon Messenger
- Um livro com uma imagem de cabeça para baixo na capa – A Rainha Vermelha, Victoria Aveyard
- Um livro com um mapa – A prisão do Rei, Victoria Aveyard
- Um livro recomendado pelo seu blog, vlog, podcast ou clube do livro online favorito – O Jogo da Mentira, Ruth Ware
- Uma antologia – Os Últimos Casos de Miss Marple, Agatha Christie
- Um livro que passe no teste de Bechdel – Os Sete Maridos de Evelyn Hugo, Taylor Jenkins Reid
- Um livro com o mesmo título de um show de TV ou filme, mas sem relação com o mesmo – The Huntress, Kate Quinn
- Um livro cujo autor tenha fauna ou flora no nome – The Wives, Tarryn Fisher
- Um livro sobre ou envolvendo mídias sociais – Stillhouse Lake, Rachel Caine
- Um livro que tenha um livro na capa – Beach Read, Emily Henry
- Um thriller médico – A Paciente Silenciosa, Alex Michaelides
- Um livro com uma linguagem inventada – Minha avó pede desculpas, Fredrik Backman
- Um livro que se passa em um país que começa com “C” – Crônica de uma Morte Anunciada, Gabriel García Márquez
- Um livro que o título chamou sua atenção – O Homem de Giz, C. J. Tudor
- Um livro publicado no mês do seu aniversário – Não Chore Não, Mary Kubica
- Um livro sobre ou escrito por uma mulher da área de exatas – Calculating Stars, Mary Robinette Kowal
- Um livro que ganhou um prêmio em 2019 – Daisy Jones & The Six, Taylor Jenkins Reid
- Um livro sobre um assunto que você não sabe nada sobre – Pachinko, Min Jin Lee
- Um livro com apenas palavras na capa – Você é fera, Jen Sincero
- Um livro com um trocadilho no título – When Life Gives You Lululemons, Lauren Weisberger
- Um livro contendo um dos sete pecados capitais – The Turn of the Key, Ruth Ware
- Um livro com um personagem robô, ciborgue ou inteligência artificial – Cress, Marissa Meyer
- Um livro com um pássaro na capa – This is How you Lose the Time War, Amal El-Mohtar and Max Gladstone
- Um livro (ficção ou não) sobre um líder mundial – Minha História, Michelle Obama
- Um livro com as palavras “ouro”, “prata” ou “bronze” no título – O Lado bom da Vida, Matthew Quick (em inglês o título tem a palavra “silver” que é prata)
- Um livro escrito por uma mulher de cor – O ano em que eu disse Sim, Shonda Rhimes
- Um livro com nota igual ou maior que 4 no Goodreads – Winter, Marissa Meyer
- Um livro que você pretendia ler em 2019 – Tudo o que Nunca Contei, Ng Celeste
- Um livro com três palavras no título – Nove Desconhecidos, Liane Moriarty (em inglês o título é Nine Perfect Strangers)
- Livro com a Capa Rosa – Vermelho, Branco e Sangue Azul, Casey McQuiston
- Um Western – Um caminho para a Liberdade, Jojo Moyes
- Um livro sobre ou escrito por um jornalista – A menina que brincava com fogo, Stieg Larsson
- Leia um livro proibido durante a “semana dos livros proibidos” – As Vantagens de ser Invisível, Stephen Chbosky
- A sua categoria favorita de um desafio passado – Espada de Vidro, Victoria Aveyard (a categoria era “o próximo livro de uma série que você está lendo”)
Desafios de leitura para 2021
Antes de mais nada, queria dizer que não importa se você acha que vai conseguir completar o desafio ou não. Eu achava que seria impossível ler 40 livros em um ano, e em 2019 terminei com 42 e em 2020 estou me encaminhando para mais de 70. O legal desses desafios é que, se você estiver determinado a completar, eles vão te ajudar a construir (ou aumentar) seu hábito de leitura.
Outro ponto muito legal é que provavelmente seu gênero favorito vai ter livros que sirvam para várias categorias – mas não todas. Dessa forma, você vai precisar procurar por títulos que normalmente não leria, mas que podem te surpreender. Minha sugestão é entrar nos grupos de Facebook ou do Goodreads de cada desafio que você for participar e ver as sugestões para cada categoria. Muitas pessoas participam dando sugestões e compartilhando opiniões, assim você pode descobrir um pouco sobre as indicações e decidir qual te atrai mais. Das minhas 10 melhores leituras desse ano, 7 foram livros recomendados nesses grupos!
E quais desafios participar? Como você pode imaginar, eu recomendo o PopSugar Reading Challenge de 2021, as categorias já foram anunciadas e você pode encontrar várias recomendações no grupo do Facebook e do Goodreads. Esse ano eu também vou tentar fazer o Book Riot Read Harder, pois gostei bastante das categorias. Outros muito populares são o Around the Year in 52 Books (um livro por semana, totalizando 52 livros), o Modern Mrs. Darcy e os temáticos como o desafio da Flourish and Blotts (que em 2020 teve um desafio inspirado no Torneio Tribruxo).
E aí está tudo sobre o desafio literário do PopSugar de 2020! Você participou? Qual foi seu livro favorito? Vamos participar ano que vem?
Estou impressionada com a quantidade de livros que leu.
Eu leio o que penso ser suficiente, mas depois deste teu post, chego à conclusão que estou muito longe da meta.
Cada um tem sua própria meta, não tem porque se preocupar com isso 🙂